De acordo com os dados avançados pelo vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, Manuel Grilo (BE), durante a reunião pública do executivo municipal, realizada por videoconferência, 59,5% dos contactos foram feitos por mulheres e 29,2% por homens.
Cerca de 3% das pessoas que pediram ajuda indicaram ter outro género e 1,1% dos contactos corresponde a homens transsexuais, referiu o autarca.
Os dados disponibilizados pelo vereador bloquista, que tem um acordo de governação do concelho com o PS, correspondem ao período compreendido entre 27 de maio e 27 de julho.
Mais de 50% das pessoas ligaram por motivos associados à covid-19 e 27% das chamadas não tiveram a ver com o vírus, refere a mesma informação, acrescentando que houve também casos inconclusivos (14,59%) e sem resposta (4,86%).
Relativamente à sintomatologia emocional, 37,3% dos atendimentos diz respeito ao “agravamento de um quadro psicopatológico ou de vulnerabilidade social despoletada por uma situação de covid-19 ou seus impactos”, 27% corresponde a “problemas interpessoais ou de funcionamento despoletada por uma situação covid-19 ou seus impactos e de origem psicológica” e 25,4% apresentou “ansiedade ou disforia despoletada por um situação covid-19 ou seus impactos”.
Quanto aos pedidos relacionados com problemas psicológicos, destacam-se os sintomas depressivos (40%),a reação depressiva não aguda (24,3%) e os problemas relacionais (21,1%).
Na vertente psicossocial, 27,6% dos contactos enquadram-se na categoria “quadro social – sem que tenha havido um agravamento relevante por uma situação de covid-19 ou seus impactos, e 21,6% diz respeito a “perturbação mental”, também sem que tenha havido agravamento por uma situação de covid.
Ainda nesta vertente, a autarquia recebeu pedidos relacionados com sintomas de covid-19, “consumos problemáticos”, saúde física, intenções de suicídio e violência doméstica.
A linha “Liga-te”, que atendeu nos últimos dois meses pessoas com uma média de idades de cerca de 50 anos, foi lançada em 27 de maio e funciona 24 horas por dia através do número 800 916 800.
O serviço diário, que abrange os fins de semana, é assegurado por psicólogos clínicos e está a ser supervisionado pela Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica, através de um protocolo celebrado com a Câmara de Lisboa.
Esta linha, “além de disponibilizar o apoio psicológico adequado às dificuldades sentidas pelas pessoas que a ela recorrem, faz algo único no país”, respondendo, através dos serviços de Direitos Sociais da autarquia e da Rede Social da cidade, “aos problemas sociais que as pessoas possam apresentar”, realçou Manuel Grilo, em maio, aquando do lançamento da iniciativa.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 660 mil mortos e infetou mais de 16,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.725 pessoas das 50.613 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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