Depois de o ano letivo 2019/20 ter sido parcialmente interrompido pela pandemia, vários países continuam com dúvidas sobre a hipótese de reabrirem as escolas, e Ryan aconselhou que essa medida só deve ser adotada em locais onde os níveis de contágio sejam baixos e haja medidas de resposta a eventuais casos de infeção que surjam nas salas de aula.
“Todos queremos que as crianças voltem às aulas. Elas e os professores devem fazer isso num ambiente seguro”, frisou o epidemiologista, numa sessão de perguntas e respostas transmitida pela OMS na Internet.
Questionado sobre a hipótese de pais de crianças com problemas de saúde anteriores levarem-nas à escola em caso de retoma das aulas, Michael Ryan salientou que isso depende dos planos de contingência de cada escola, aconselhando a consulta dos responsáveis escolares.
Já os professores com doenças crónicas ou outros problemas de saúde devem consultar os seus médicos sobre as precauções que devem ou não tomar ao irem trabalhar, acrescentou a responsável técnica da OMS pelo combate à Covid-19, Maria Kerkhove.
A OMS pediu ainda aos jovens para assumirem as “suas responsabilidades” na contenção da transmissão do novo coronavírus.
Michael Ryan lembrou que “os idosos foram muito cuidadosos em se protegerem” quando a Covid-19 foi inicialmente vista como uma doença que afetava os mais velhos ou pessoas com “certos problemas de saúde” e pediu esse cuidado aos mais jovens.
“Os jovens têm uma grande oportunidade de reduzir a transmissão através de seus comportamentos. Eles devem ter em conta a responsabilidade que têm nesse sentido”, realçou o epidemiologista.
No final de julho, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tinha alertado que os jovens não eram “invencíveis” e que, em alguns países, eram numerosos demais para “baixar a guarda”.
O responsável etíope pediu então aos jovens que “tomassem as mesmas precauções que as outras pessoas para se protegerem do vírus e para proteger os outros”.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 701 mil mortos e infetou mais de 18,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.740 pessoas das 51.848 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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