As autoridades sul-coreanas sublinharam a sua preocupação com o maior surto que a capital enfrentou até agora durante a pandemia da Covid-19.
“Até a meia-noite de segunda-feira, identificámos cerca de quatro mil pessoas ligadas a esta igreja. A maioria delas são residentes de Seul”, disse numa conferência de imprensa o diretor-geral do Centro Coreano para o Controlo e Prevenção de Doenças Infeciosas (KCDC), Kwon Jung-wook, referindo-se aos esforços para rastrear e testar os fiéis.
Este é o segundo maior surto que a Coreia do Sul experimenta desde fevereiro, quando ocorreram os contágios ligados à igreja cristã Shincheonji, na cidade de Daegu (230 quilómetros a sudeste de Seul), que levou a mais de cinco mil infeções (um terço do total contabilizado no país asiático).
O facto de haver seguidores da igreja Sarang Jeil em diferentes partes da geografia sul-coreana aumenta o temor de “uma expansão a nível nacional”, enfatizou Kwon.
O diretor-geral do KCDC alertou que as autoridades estão a considerar impor o distanciamento de nível 3 em Seul e nas regiões vizinhas, que registaram desde sexta-feira um aumento significativo no número de casos diários.
Na sexta-feira, foi decretado o distanciamento de nível 2 em Seul e na província de Gyeonggi, o que significa o enceramento de espaços públicos e estádios desportivos ou a redução de alunos em salas de aula a um terço do total.
Kwon pediu hoje aos cidadãos que reduzam os encontros sociais ao máximo, cancelem planos de férias e coloquem a máscara em bares ou restaurantes se não estiverem a consumir.
O caso da igreja Sarang Jeil (Amor Máximo) é especialmente polémico desde que o seu líder, o Jun Kwang-hun, decidiu liderar os seus fiéis no último sábado numa manifestação contra o Governo sul-coreano, apesar do facto de vários membros da congregação terem testado positivo para a Covid-19 e de as autoridades terem solicitado o seu confinamento.
Jun, de 64 anos e que testou positivo para Covid-19 na sexta-feira, é conhecido por lançar críticas severas e mensagens odiosas contra o atual Governo liberal sul-coreano e contra as comunidades muçulmanas e LGTBI.
Com pouco mais de 15.700 infeções e 306 mortes, a Coreia do Sul é um dos países que melhor controlou a pandemia graças ao seu exaustivo sistema de rastreamento de contactos.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 770.429 mortos e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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