“Em 47 anos, o Joe não fez nenhuma das coisas de que agora fala. Ele nunca vai mudar, [são] só palavras!”, escreveu Trump na sua conta na rede social Twitter.
Biden aceitou durante esta madrugada a nomeação para candidato à presidência dos Estados Unidos, um momento que representa o culminar de uma carreira política com quase cinco décadas.
O ex-vice-Presidente de Barack Obama prometeu virar a página do “medo” e comprometeu-se a ultrapassar os “tempos de escuridão” em que Donald Trump mergulhou os Estados Unidos.
Salientando que este é “um dos momentos mais difíceis que os Estados Unidos já enfrentaram”, com a pandemia de Covid-19, “a maior crise económica desde a Grande Depressão” e “o maior movimento pelos direitos civis [dos afro-americanos] desde os anos 1960”, Biden assegurou que a sua eleição permitiria responder a estas crises sem precedentes.
“O Presidente continua a dizer-nos que o vírus vai desaparecer. Ele ainda está à espera de um milagre”, acusou Biden, prometendo lançar uma estratégia nacional para combater a pandemia “no primeiro dia” do seu mandato.
“A nossa economia nunca recuperará até lidarmos com este vírus”, defendeu.
Donald Trump fez ainda outras críticas a Biden, numa entrevista que coincidiu com o último dia da Convenção Nacional Democrata, transmitida pela Fox, o seu canal de televisão favorito.
Na entrevista, o Presidente norte-americano previu que, caso Biden seja eleito, destruirá a economia.
“Os impostos vão duplicar ou triplicar (…), vão aniquilar este país e a economia”, afirmou Trump, pouco antes de Biden fazer o discurso de aceitação da nomeação presidencial pelo seu partido.
Quanto às críticas de que o seu Governo dividiu o país, Trump disse que não teria sido eleito se não tivesse havido má gestão por parte do seu antecessor, Barack Obama, e do então vice-Presidente Joe Biden.
“Ninguém se lembra de como este país estava dividido com Obama”, acusou.
Trump reiterou também que haverá uma fraude maciça nas eleições de 03 de novembro, invocando os votos pelo correio.
“É um desastre, estão a enviar 51 milhões de votos pelo correio para pessoas que nem sequer os pediram (…). Podem estar mortos, quem sabe”, acusou Trump, insistindo que “esta é a eleição mais fraudulenta da história” dos Estados Unidos.
Há semanas que Trump tem vindo a fazer campanha contra o voto por correio, uma prática que as autoridades de uma dúzia de estados estão a promover como uma medida extraordinária face à pandemia do novo coronavírus.
Trump deu a entender que o envio “indiscriminado” de votos é uma estratégia da oposição, dizendo ser uma prática que ocorre “em áreas democráticas e não republicanas”.
A votação por correio é uma prática comum nas eleições norte-americanas, tal como em muitos outros países, e as acusações de fraude são sem precedentes na história da democracia dos EUA.
Nas eleições presidenciais de 03 de novembro, Donald Trump enfrentará Joe Biden, que lidera as sondagens nas intenções de voto.
Os democratas confirmaram na terça-feira a nomeação de Biden como candidato contra Trump.
A seu lado estará a senadora da Califórnia Kamala Harris, terceira mulher a ser designada como candidata a vice-Presidente nos Estados Unidos, depois da democrata Geraldine Ferraro, em 1984, e da republicana Sarah Palin, em 2008, que não foram eleitas.
A aceitação do antigo vice-Presidente marcou o encerramento da Convenção Nacional Democrata, que decorreu de forma inteiramente virtual, durante quatro dias.
LUSA/HN
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