A ajuda humanitária foi recebida no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas), pelo vice-ministro de Relações Exteriores para a Europa, Yván Gil, e o embaixador de Portugal na Venezuela, Carlos de Sousa Amaro.
“A ponte aérea humanitária para a Venezuela tratou-se de um esforço da ‘Equipa Europa’, operacionalizado conjuntamente pela UE, Portugal e Espanha”, disse o embaixador de Portugal à Agência Lusa.
Carlos Amaro precisou que do carregamento fazem parte “equipamentos de emergência médica que se destinam aos trabalhadores do setor da saúde” e “artigos para as famílias mais afetadas”, cujo objetivo é que “mais 500 mil venezuelanos venham a beneficiar desta ajuda”.
Por outro lado, a UE explica, através de um comunicado, que os voos chegaram à Venezuela a 19 e 21 de agosto e foram “financiados pela UE e fazem parte de operações de transporte aéreo humanitário em curso em zonas críticas do mundo”.
“Transportaram um total de 82,5 toneladas de material vital que será distribuído por organizações humanitárias que trabalham no terreno”, explica.
O documento sublinha que a UE continua a ajudar “as pessoas necessitadas na Venezuela, especialmente no contexto da atual crise sanitária”.
“No âmbito do ‘Team Europe’, a ponte aérea humanitária da UE com a Venezuela foi gerida conjuntamente pela UE, a Espanha e Portugal e coordenada com as autoridades venezuelanas competentes. A carga será distribuída pelas organizações de ajuda que utilizaram o voo, coordenadas pela Rede de Logística Humanitária, uma rede de organizações humanitárias europeias”, precisa.
Da ajuda humanitária faz parte “material médico que pode salvar vidas, como equipamento de proteção pessoal, medicamentos, purificadores de água e suprimentos para higiene familiar” que serão usados nos centros de saúde e distribuídos diretamente às famílias mais afetadas.
“Mais de 500 mil venezuelanos beneficiarão desta ajuda, incluindo crianças, mulheres e profissionais de saúde”, sublinha.
O comunicado precisa que “antes que a pandemia do coronavírus atingisse a Venezuela, em março de 2020, o país já estava a sofrer o impacto humanitário de uma crise política, económica e social” e que “em 2018, a inflação na Venezuela ultrapassou um milhão de pontos percentuais”.
Também refere que a crise “afetou o sistema de saúde do país e provocou uma falta de medicamentos básicos, bem como o recurso à emigração de perto de um terço do pessoal médico profissional”.
“O resultado foi um número crescente de pessoas que carecem dos serviços normais de saúde, de tratamento para doenças crónicas e de atenção médica de emergência. Mais de cinco milhões de venezuelanos (cerca de 10% da população) abandonaram o país desde 2015”, explica.
O comunicado precisa que “a UE alocou, desde 2018, 154 milhões de euros em ajuda humanitária de emergência para ajudar os venezuelanos na Venezuela e nos países vizinhos”.
Esta ajuda destinou-se a atender as “necessidades mais urgentes” dos mais vulneráveis, como crianças menores de cinco anos, mães grávidas e lactantes, idosos, estudantes e indígenas, na prestação de cuidados de saúde vitais, água, saneamento e higiene, educação em emergência e apoio nutricional e alimentar.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 800 mil mortos e infetou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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