“Na perspetiva dos empresários, o número apontado dos seis mil ficou muito aquém do esperado. O recinto do Santuário tem condições para receber um número muito mais elevado de peregrinos em absoluta segurança”, referiu Purificação Reis, antes de um jantar com o Presidente da República, em Fátima, no concelho de Ourém, distrito de Santarém.
Admitindo que “terão existido argumentos” que desconhece e que “levaram à fixação desse valor”, a empresária considerou que seis mil peregrinos “é um número que se consegue ter no Santuário de Fátima em qualquer sábado ou domingo de um outro fim de semana”.
A presidente da Aciso sublinhou ainda que os visitantes do Santuário não vão para o recinto com “comportamentos efusivos”.
“Vão num espírito de oração, consigo próprios. Portanto, com todas as preocupações, cumprindo todas as regras, penso que existiriam condições para uma peregrinação com um número muito maior de peregrinos e em absoluta segurança”, reforçou.
Purificação Reis constatou que o 13 de outubro “seria a última grande peregrinação” e seria “desejável para este território” uma afluência de visitantes.
“Os empresários têm passado estes momentos particularmente difíceis e contavam com esta peregrinação com um volume superior de peregrinos a visitarem-nos. Temos que nos adaptar às condições existentes e fazer o nosso caminho da melhor forma possível”, resignou-se.
No jantar com Marcelo Rebelo de Sousa, a presidente da Aciso vai lembrar que Fátima tem “um turismo que depende essencialmente do turista estrangeiro, que são 71% do total de turistas que visitam Fátima”.
“De março a julho os dados estatísticos apontam para quebras superiores a 90% e, portanto, é lógico que os empresários estejam a viver momentos particularmente difíceis. O facto do senhor Presidente da República aceder a visitar-nos e a falar connosco mostra uma atenção a este segmento do turismo religioso tão importante para Portugal e ajuda-nos a dar voz às nossas preocupações”, destacou.
Purificação Reis espera “despertar a atenção” do Governo através de Marcelo Rebelo de Sousa, “para que possam existir algumas medidas de apoio à manutenção dos postos de trabalho e das empresas até se conseguir em 2021, esperemos, começar a sentir-se alguns sinais de retoma.”
LUSA/HN
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