Manuel Heitor, que está infetado com convid-19, falava à Lusa via telefone, depois de participar numa conferência online destinada a adotar uma declaração neste sentido por parte de Portugal, da Alemanha e da Eslovénia, no âmbito da presidência do Conselho Europeu.
Questionado sobre o seu estado de saúde, o ministro disse apenas: “Estou ótimo, sem sintomas nenhuns”.
O documento, assinado em Lisboa, visa fortalecer a investigação na Europa sobre todas as etapas do cancro, desde a prevenção, ao diagnóstico e tratamento.
Em declarações à Lusa, Manuel Heitor sublinhou que esta é uma das prioridades também da presidência portuguesa da União Europeia, que decorrerá entre janeiro e junho de 2021.
A conferência e a declaração tripartida inserem-se no planeamento em curso sobre o futuro programa quadro europeu de investigação ‘Horizonte Europa, 2021-27’, que incluirá uma “Missão de Investigação e Inovação em Cancro”, para fortalecer a investigação na Europa sobre todas as etapas da doença.
“O que se pretende é que pelo menos três em cada quatro doentes possa ter uma perspetiva de vida longa (10 anos), com alguma qualidade”, explicou Manuel Heitor, frisando que para atingir este objetivo é preciso “mais investigação”.
A declaração é assinada por Manuel Heitor por parte de Portugal, por Anja Karliczek, ministra alemã da Educação e Investigação e por Simona Kustec, ministra da Educação, Ciência e Desporto da Eslovénia.
Na primeira semana de maio, no Porto, realizar-se-á outra conferência para reforçar este compromisso, adiantou o ministro.
“É preciso melhorar a relação entre a comunidade científica e o doente”, defendeu Manuel Heitor, indicando que serão envolvidos no processo de prevenção da doença epidemiologistas, economistas e sociólogos, entre outros especialistas.
Para o ministro, é importante reforçar as declarações europeias e esta é “um apelo” para o envolvimento de todos os profissionais na luta contra o cancro.
“Em termos médicos, o que queremos é que 75% dos doentes possa viver pelo menos mais 10 anos, com uma qualidade de vida aceitável”, frisou.
Na declaração refere-se que o cancro continua a ser um dos maiores desafios para a medicina moderna e as sociedades, em geral.
Em termos médios, metade dos doentes com cancro morre, existindo grandes desigualdade entre os países, em função da qualidade de vida e riqueza de cada Estado.
LUSA/HN
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