A realização do congresso da União Democrata-Cristã (CDU) “não seria permitida” num contexto de forte aumento de infeções pelo novo coronavírus, declarou o secretário-geral do partido, Paul Ziemiak, numa conferência de imprensa em Berlim.
O partido continua a privilegiar uma reunião física dos seus 1.001 delegados e vai voltar a avaliar a situação em meados de dezembro, acrescentou.
Se a evolução da pandemia não melhorar, vão ser avaliadas soluções alternativas, como um congresso por videoconferência e o voto por correspondência, e uma decisão será tomada em meados de janeiro.
Três candidatos disputam a sucessão de Annegret Kramp-Karrenbauer, outrora considerada a favorita de Angela Merkel, mas que anunciou em fevereiro a intenção de se demitir da liderança citando falta de apoio do partido.
Foi então marcado um congresso para 25 de abril, adiado para 04 de dezembro devido à pandemia de covid-19.
Os delegados do partido conservador deverão escolher entre Armin Laschet, governador da região mais populosa da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestefália, o liberal Friedrich Merz, um rival histórico de Merkel, e Norbert Röttegen, perito em política externa.
O vencedor deverá ser o candidato a chanceler nas eleições legislativas previstas para setembro ou outubro de 2021, quando Angela Merkel cessa funções depois de 16 anos como chefe de governo.
A decisão de voltar a adiar o congresso foi tomada depois de uma reunião da direção do partido e de serem ouvidos os três candidatos à liderança.
Merz, representante da ala direita da CDU e que não exerce atualmente qualquer cargo no partido, defendeu que a liderança devia ser decidida já, fosse num congresso presencial ou noutro formato.
Laschet, cujo estado é o mais afetado pela pandemia, defendeu o adiamento e Röttgen, apontado como sem hipóteses de vencer, defendeu a realização do congresso na data prevista.
Segundo a imprensa alemã, Merz está nesta altura mais bem posicionado para vencer do que Laschet, teoricamente o mais fiel à linha de Merkel, mas que tem sido criticado pela gestão da pandemia na Renânia, considerada errática e afastada da postura de prudência defendida pela chanceler.
A escolha do candidato a chanceler é concertada há décadas com o partido irmão da CDU, a bávara União Social-Cristã (CSU), cujo líder, Markus Söder, é apontado como potencial candidato à chancelaria.
NR/N/LUSA
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