Governo britânico confia que transporte de vacinas não será afetado pelo‘Brexit’

13 de Novembro 2020

O ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, garantiu esta sexta-feira que o Reino Unido está preparado para evitar que eventuais perturbações nas fronteiras devido ao ‘Brexit’ em janeiro atrapalhem o transporte da vacina contra a covid-19. 

O ministro disse ter sido feito um “enorme trabalho” para preparar as fronteiras e “manter o fluxo de mercadorias” e que, como precaução, foi assinado um contrato de transporte superior a 100 milhões de libras (111 milhões de euros) para certos produtos críticos, incluindo vacinas.

“Portanto, mesmo que haja problemas, o que esperamos que não aconteça e planeámos para que não haja, ainda temos um recurso”, afirmou hoje à BBC.

Na quinta-feira, o ministro da Economia, Alok Sharma, foi evasivo sobre a possibilidade de a entrada em vigor de novas regras para as relações comerciais com a União Europeia (UE) em 2021 afetar o fornecimento da vacina ao país.

“Este é um problema que afeta muitos setores, mas é exatamente por isso que temos investido centenas de milhões de libras em termos de infraestrutura de fronteira e investido em subsídios para intermediários alfandegários”, referiu, numa conferência de imprensa.

Na quinta-feira à noite, o ministro da Saúde, Matt Hancock, manifestou-se mais confiante de que o transporte da vacina da Pfizer, que vai ser fabricada na Alemanha e Bélgica, não vai ser afetado pela saída do Reino Unido da UE.

A vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa alemã de biotecnologia BioNTech é até agora a mais avançada, depois de terem sido apresentados resultados de que demonstrou uma eficácia superior a 90%, mas existem outros projetos em fases finais de testes.

“Se for necessário, podemos trazê-la de avião para evitar esses problemas. Temos um plano para todas as eventualidades”, afirmou num programa da BBC.

As negociações sobre um futuro acordo comercial e o relacionamento futuro entre Reino Unido e UE continuam num impasse devido a questões relacionadas com o mecanismo de resolução de disputas, condições de concorrência entre empresas e acesso às águas de pesca britânicas.

Um porta-voz da UE confirmou que as negociações vão continuar na próxima semana em Bruxelas, sendo curto o tempo para chegar a um entendimento devido à necessidade de ser aprovado e ratificado pelos 27 e Parlamento Europeu.

Mesmo que um acordo seja alcançado, são esperadas grandes mudanças no comércio transfronteiriço a partir de 2021, nomeadamente mais burocracia devido à necessidade de preencher formulários, o que pode atrasar a circulação de camiões de mercadorias.

A preocupação com perturbações na travessia do Canal da Mancha entre o sul de Inglaterra e França levou o governo britânico a introduzir um sistema de autorização para os motoristas de pesados entrarem na região de Kent e a criação de parques de estacionamento temporários devido ao risco de se formarem filas de até sete mil camiões.

O Reino Unido registou na quinta-feira mais 563 mortes atribuídas a Covid-19, um novo recorde desta segunda vaga, fazendo o total oficial subir para 50.928, o número mais alto na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.

LUSA/HN

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