“Fruto da atividade epidémica intensa tivemos de melhorar os nossos sistemas de informação e entra hoje em funcionamento o ‘BI SINAVE’ [Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica]. Uma plataforma que resulta do trabalho conjunto entre as equipas da Direção-Geral da Saúde e dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e que constitui um melhoramento ao sistema de vigilância epidemiológica”, disse Graça Freitas.
Na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus, a diretora-geral da Saúde frisou que em todos os países, nomeadamente nos europeus, os sistema de informação epidemiológica “estão sujeitos a uma enorme pressão que resulta dos muitos casos notificados diariamente”, contando o sistema português, por exemplo, com mais de três milhões de notificações até à data.
“O BI SINAVE é um sistema mais avançado e robusto para o tratamento dos dados e para um visionamento da informação relevante para efeitos da intervenção da pandemia de covid-19”, precisou.
Segundo Graça Freitas, este novo sistema permite recolher e analisar, através de automatismos, um volume cada vez maior de dados e comunicar a informação de forma “mais rápida e com maior qualidade e maior detalhe para o cidadão, equipas de intervenção locais, academia e decisores políticos”.
Esta nova plataforma tem também “maior capacidade para tratar informação constante das bases de dados”, designadamente da SINAVE lab, Sinave Med e do cruzamento da plataforma Trace Covid com o registo nacional de utentes, permitindo uma maximização da “utilidade de informação de várias fontes complementares”.
“As diferenças em relação ao anterior sistema resultam essencialmente do facto de os números do relatório de situação diário, o boletim, ser um somatório de fotografias estáticas, enquanto o ‘BI SINAVE’ é um sistema dinâmico”, explicou Graça Freitas, frisando que esta plataforma “é mais sensível e capaz de detetar a generalidade das atualizações que vão sendo feitas às notificações, essencialmente as laboratoriais”.
A diretora-geral da Saúde revelou ainda que, como consequência da melhoria introduzida pela plataforma, foi possível identificar, desde o início da pandemia, 225.672 casos de covid-19, dos quais 1,9% (4.375 casos) foram incluídos no novo sistema.
Segundo Graça Freitas, os laboratórios não tinham, no início da pandemia, capacidade total de reportar os dados de forma automática e completa para o sistema de registo nacional, uma vez que a SINAVE lab tinha entrado em vigor em janeiro.
Graça Freitas esclareceu que estes casos de covid-19 agora introduzidos “já estavam na base de dados”, mas não tinha sido possível contabilizá-los anteriormente no boletim por “informação incompleta”.
“Estes casos, na maioria respeitantes ao início da pandemia, foram do conhecimento local e tiveram o devido acompanhamento”, disse.
Graça Freitas afirmou que, através do ‘BI SINAVE’, foi também possível encontrar desde o início da pandemia 142.155 doentes recuperados, 9,5% dos quais (13. 529) foram identificados no cruzamento da informação do ‘BI SINAVE’ com a informação da plataforma Trace Covid, sendo também dados conhecidos dos médicos.
A diretora-geral da Saúde disse ainda que a plataforma ‘BI SANAVE’ “não acrescenta dados às bases de dados, limitando-se a incluí-los de forma correta e obter informação mais fiável e atempada que continuará a ser a fonte utilizada no boletim diário”.
Segundo a DGS, a base de dados do ‘BI SINAVE’ ficara disponível para estudos no âmbito da academia.
Portugal registou hoje o número máximo de mortes diárias por covid-19 ao contabilizar mais 91 óbitos nas últimas 24 horas e contabilizou mais 3.996 novos casos de infeção, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 3.472 mortes e 255.672 casos de infeção pelo novo coronavírus.
LUSA/HN
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