Investigadores avaliam qualidade e resiliência dos serviços de saúde maternoinfantis

25 de Novembro 2020

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) integram projeto para avaliar a “qualidade” e “resiliência” dos serviços de saúde maternoinfantis em países da região europeia da Organização Mundial de Saúde durante a pandemia da covid-19.

Em declarações à agência Lusa, Raquel Costa, investigadora do ISPUP, explicou hoje que o projeto, intitulado IMAGINE EURO, pretende recolher dados sobre a “preparação, qualidade e resiliência” dos cuidados de saúde prestados às mães e a recém-nascidos.

“Esta parceria surge no âmbito daquilo que foram os ‘standards’ da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados em 2015 sobre a qualidade dos cuidados de saúde maternoinfantis que são prestados em contexto hospitalar”, afirmou.

Segundo a investigadora, foram estabelecidas pela OMS “metas muito ambiciosas para as mães, recém-nascidos e crianças ao nível da cobertura da saúde universal até 2020”, por forma a reduzir a mortalidade e a morbilidade materno neonatal.

Nesse sentido, os investigadores vão avaliar os cuidados de saúde prestados com base nos ‘standards’ definidos pela OMS tendo por base o testemunho das mulheres e dos profissionais de saúde.

Neste momento, os investigadores lançaram um inquérito ‘online’ direcionado às mulheres que deram à luz a partir do dia 01 de março e que está disponível em 20 línguas.

O objetivo da equipa é ter no início do próximo ano o questionário direcionado aos profissionais de saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros que trabalham em contexto hospitalar, pronto para ser divulgado.

“Este questionário tem o objetivo de explorar o nível de preparação, qualidade e resiliência dos cuidados de saúde hospitalares durante e após a pandemia da covid-19”, disse Raquel Costa, acrescentando que posteriormente os dados serão partilhados com a OMS.

À Lusa, Raquel Costa afirmou que a equipa espera encontrar “uma grande heterogeneidade” dos cuidados prestados nos diferentes países, mas também “exemplos eficazes das várias práticas”.

O intuito final deste projeto é que sejam desenvolvidas ‘guidelines’ baseadas em evidência e que as mesmas possam, com o contributo das mães e dos profissionais de saúde, ajudar a perceber as lacunas ou não dos serviços de saúde.

Apesar do término do projeto depender da evolução da covid-19, uma vez que é objetivo da equipa avaliar a prestação destes cuidados durante e após o período pandémico, a investigadora adiantou que “os primeiros resultados deverão ser lançados no primeiro semestre do próximo ano” para poderem auxiliar as instituições de saúde.

O projeto IMAGINE EURO está a ser desenvolvido em 14 países europeus, nomeadamente, Bósnia, Croácia, Alemanha, Luxemburgo, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, França, Sérvia, Espanha, Suécia, Rússia e Itália.

Além do ISPUP, em Portugal integram este projeto a Universidade Europeia, a Administração Regional de Saúde do Algarve e a Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.397.322 mortos resultantes de mais de 59,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 4.127 pessoas dos 274.011 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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