Na reunião do executivo municipal de hoje, Diogo Mateus anunciou que irá encontrar-se, esta tarde, com o diretor regional da Saúde Pública do Centro, João Pedro Pimentel, e com a coordenadora da Saúde Pública do Pinhal Litoral, Odete Mendes, para “apreciar esta discrepância que se assinalou no [passado] fim de semana”.
Segundo o presidente da Câmara de Pombal (PSD), no distrito de Leiria, “os dados que foram presentes a Conselho de Ministros não eram exatamente iguais” àqueles que ele conhecia “até à véspera”.
“Não é um erro de quatro ou cinco situações, mas de várias dezenas ou até mais de uma centena – que hoje vamos tentar perceber – entre o registo que há no SINAVE [Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica] e a informação que a saúde pública trabalha”, sublinhou.
“Parte dos números ativos que estamos a registar agora podem resultar de importação do SINAVE e não de casos novos que já existiam”, explicitou Diogo Mateus.
O autarca acrescentou que, “sem prejuízo da explicação que possa justificar essa circunstância”, o Município esteve a “acompanhar e a trabalhar os dados da saúde pública do Pinhal Litoral que não coincidiram” com os do Governo.
O SINAVE, alertou Diogo Mateus, é a “plataforma utilizada pelos laboratórios” para notificarem obrigatoriamente os casos positivos, sendo depois “transferidos para o ‘trace covid’ para o acompanhamento da doença”.
O presidente do Município revelou ainda que ao longo da semana “trocou impressões” com o secretário de Estado João Paulo Rebelo, responsável do Governo para a covid na região Centro, com a chefe de gabinete da ministra da Saúde, com o gabinete do secretário de Estado e com a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, que “agilizou esta reunião para perceber o que terá acontecido”.
A discrepância de números também foi denunciada por Miguel Baptista, presidente da Câmara de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, no dia 12 de novembro.
“Chegámos hoje à conclusão que os dados que nos são fornecidos pela Proteção Civil distrital, com base no reporte dos agrupamentos de centros de Saúde do Pinhal Interior e do Baixo Mondego, não incluem todos os casos, nomeadamente os que são realizados por laboratórios privados e que, afinal, constam de uma plataforma da DGS”, lamentou Miguel Baptista.
Diogo Mateus referiu ainda que em 26 de novembro Pombal tinham 272 casos ativos.
Baseando-se na informação dos últimos 14 dias, o autarca adiantou que são mais 36 casos ativos e mais dois óbitos, num total de 19.
“Nesta data, fazendo a conversão com os casos que tivemos nos últimos 14 dias, teríamos 563 casos por 100 mil habitantes, para uma população de 51.461”, disse, salientando que a freguesia de Pombal é a que mais casos ativos tem (135), com 157 recuperados.
“Temos duas freguesias com situações muito positivas: Ilha tem zero casos ativos e Albergaria dos Doze um caso”, adiantou.
Segundo o boletim de hoje da Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, às 00:00 de hoje, o concelho de Pombal registava um total de 600 infetados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, dos quais 309 já recuperaram. Há 19 óbitos e 272 casos ativos.
Em Portugal, morreram 4.209 pessoas dos 280.394 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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