“Apesar de todas as medidas implementadas, fomos confrontados, no dia 01 de dezembro, com os primeiros casos de infeção, fruto do aumento significativo verificado na comunidade, envolvendo posteriormente três estruturas residenciais, em estados diferentes de desenvolvimento infeccioso”, afirmou a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços num comunicado publicado na sua página oficial.
A agência Lusa tentou obter mais esclarecimentos junto do provedor Altamiro Claro, que remeteu para a informação divulgada no comunicado.
No documento, a mesa administrativa da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), do distrito de Vila Real, disse que “a grande maioria dos utentes encontra-se em condições de saúde estável e todos devidamente acompanhados”.
“Alguns ultrapassaram já o período mais crítico da fase de desenvolvimento da infeção, sendo os próximos dias decisivos na evolução do seu estado clínico”, acrescentou.
A Misericórdia de Valpaços referiu que dispõe atualmente de dez Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI) e uma Unidade de Cuidados Continuados.
Salientou ainda que, desde o início da pandemia, tomou “todas as medidas de proteção dos utentes e trabalhadores” e foram implementados os respetivos planos de emergência, seguindo as orientações da Direção-Geral de Saúde (DGS).
“Ao longo destes últimos nove meses a Misericórdia mobilizou todos os meios, humanos, financeiros e infraestruturais, necessários ao combate à pandemia, designadamente através da aquisição de muitos milhares de equipamentos de proteção individual, realização de múltiplos testes a utentes e colaboradores, criação de uma unidade de retaguarda de apoio aos equipamentos sociais e instalação de um posto de testes Covid-19 no nosso hospital de forma a existir uma resposta rápida e próxima”, sublinhou.
A instituição esclareceu que, desde a primeira hora, que os familiares dos utentes e as entidades oficiais, designadamente a Autoridade de Saúde Pública e o Centro Distrital da Segurança Social, “têm vindo a ser informados da situação nos referidos equipamentos de forma completa e transparente”.
De acordo com o último boletim epidemiológico do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Alto Tâmega e Barroso, o concelho de Valpaços tem 160 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, contabilizando um total de 422 desde o início da pandemia e três óbitos.
Valpaços integra o grupo de municípios em risco extremamente elevado.
A agência Lusa tentou falar com o presidente da câmara de Valpaços, o que não foi possível, mas, num comunicado publicado nas redes sociais, durante o fim de semana, o autarca disse que, “contrariamente ao que sucede em outros concelhos e regiões do país, que têm conseguido diminuir a incidência de casos”, neste município “essa tendência não está a verificar-se”.
“É previsível que o número de novas infeções no concelho possa aumentar nos próximos dias, até porque surgiram os primeiros surtos em instituições dedicadas à terceira idade”, referiu Amílcar Almeida, na informação dirigida à população.
O presidente exortou à responsabilidade “de cada um”, considerando que “será determinante para baixar o número de infetados” no concelho, apelou ao uso de máscara, lavagem frequente de mãos e a uma redução das deslocações “ao essencial”.
Portugal contabiliza pelo menos 5.559 mortos associados à Covid-19 em 348.744 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.
LUSA/HN
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