Numa pergunta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, através da Assembleia da República, o PCP afirma que “é indispensável e urgente que as autoridades nacionais garantam o apoio devido aos motoristas portugueses do transporte rodoviário de mercadorias, retidos no território do Reino Unido face ao bloqueio fronteiriço decretado pelas autoridades da França e da União Europeia”.
“Seja no contexto do combate à epidemia de Covid-19, seja nas diversas implicações do processo de saída do Reino Unido da União Europeia, os trabalhadores não podem ser sacrificados, qual ‘carne para canhão’, deixados ao abandono e penalizados de forma inaceitável por problemas que não causaram”, lê-se ainda no texto da pergunta dos comunistas.
O PCP alegou ainda que “não há quaisquer informações sobre o acompanhamento que está (ou não) a ser feito por parte dos serviços consulares a estes trabalhadores portugueses” e cita testemunhos segundo os quais há “grandes dificuldades no contacto destes motoristas com o consulado de Portugal em Londres, com mais de hora e meia em chamadas sem êxito”.
A bancada comunista questiona, assim, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre o tipo de acompanhamento que está dado aos motoristas portugueses e os motivos na demora de contacto com o consulado e se está a ser “preparado o transporte extraordinário destes motoristas até às respetivas residências”.
O encerramento da fronteira, ordenado pela França na noite de domingo, em resposta à descoberta de uma nova estirpe do coronavírus em Inglaterra, causou o caos nas áreas próximas dos pontos de travessia do Canal da Mancha, com cerca de quatro mil camionistas, incluindo portugueses, forçados a passar várias noites no interior dos veículos.
Após intensas negociações entre Londres e Paris, França concordou na noite passada reabrir a fronteira e autorizar a passagem de cidadãos franceses, residentes britânicos em França e motoristas de camião, desde que tenham um teste de Covid-19 negativo.
Para acelerar o descongestionamento em Dover, os soldados britânicos juntaram-se ao pessoal do serviço de saúde britânico (NHS, sigla em inglês) para realizar testes aos camionistas.
LUSA/HN
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