Fernando Nolasco, que recebeu a vacina às 10:30, disse à Lusa que a vacinação “é um sinal de esperança, é um sinal de tranquilização, mas simultaneamente é um sinal de alerta” para não se pensar que “a vacina resolve o problema”.
“A vacina ajuda a resolver o problema, dá-nos mais segurança, e uma capacidade que precisamos de ter para resolver a situação porque nada vai ultrapassar as medidas de cuidado, proteção, de uso de máscara, porque são fundamentais em relação à transmissão do vírus”, defendeu o especialista.
Ressalvou, contudo, que o facto de se estar vacinado vai dar proteção individual e vai quebrar as cadeias de infecciosidade e de transmissão do vírus o que acaba por ser importante.
“Ainda bem que veio e ainda bem que houve este movimento todo” de vacinação, sublinhou o médico.
Fernando Nolasco disse ainda que “foi uma sensação de honra e de surpresa” ter sido escolhido para ser o primeiro a receber a vacina no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, que integra os hospitais Curry Cabral, D. Estefânia, Capuchos, Santa Marta e Maternidade Alfredo da Costa.
“Não estava nada à espera de ser o primeiro. Represento de alguma maneira a área de Medicina Interna que é uma área, a par da infecciologia, que tem estado mais diretamente envolvida no tratamento dos doentes e penso que foi nesse sentido que fui posto como representante de todos aqueles que vão ser vacinados e que têm estado envolvidos continuamente nesta luta diária permanente 24 sobre 24 horas”, sublinhou.
Segundo o centro hospitalar, vão ser vacinados 801 profissionais de saúde no Curry Cabral e outros 801 no hospital de S. José.
A vacinação começou um dia depois do primeiro lote com 9.750 vacinas, desenvolvida pela Pfizer-BioNTech, ter chegado a Portugal e que se destina aos profissionais de saúde dos centros hospitalares universitários do Porto, São João, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.
Este lote de 9.750 doses será reforçado com a antecipação da entrega de mais 70.200 doses, que têm chegada prevista para segunda-feira, elevando o total disponível para administração até ao final do ano para 79.950 vacinas, segundo o Ministério da Saúde.
Entre dezembro e o primeiro trimestre de 2021, que corresponde ao período da primeira fase definida pela ‘task-force’ responsável pelo plano de vacinação, Portugal espera receber 1,2 milhões de vacinas, distribuídas por três períodos: 312.975 doses no acumulado de dezembro e janeiro, 429 mil doses em fevereiro e 487.500 em março.
A Covid-19 já fez 6.478 vítimas mortais dos 391.782 casos de infeção confirmados em Portugal, segundo os dados mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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