O presidente da Câmara de Mafra, Hélder Sousa Silva, que preside à comissão, disse hoje à agência Lusa que foi deliberado recomendar ao Governo, com conhecimento ao Presidente da República, “medidas urgentes para alargar o confinamento da população” e a “suspensão imediata da atividade letiva das escolas”.
Na comunicação, a Comissão Distrital de Proteção Civil defende também uma clarificação do quadro legal de atuação das forças de segurança, com o intuito de melhor conciliarem a fiscalização à Covid-19 e as exceções ao confinamento previstas na lei.
É também pedida a revisão do plano de vacinação contra a Covid-19, para integrar bombeiros e elementos da Cruz Vermelha nas prioridades.
A Comissão Distrital de Proteção Civil preconiza ainda que o Governo integre as Forças Armadas na resposta à pandemia e estabeleça acordos com outros países para a contratação de profissionais de saúde.
Na segunda-feira o Governo anunciou um agravamento das restrições definidas no âmbito do segundo confinamento, que teve início na semana passada, mas decidiu manter abertas as escolas e as universidades. Várias autarquias e representantes escolares têm pedido a reversão desta medida.
Entretanto, também a Distrital de Lisboa do PSD exigiu o encerramento imediato das aulas e atividades presenciais de todos os níveis de ensino a partir do 2.º ciclo, face ao “escalar” do número de casos da Covid-19.
Em comunicado, os sociais-democratas argumentam com o facto de “os mais recentes dados científicos apontarem para a faixa etária dos jovens entre os 18 e os 24 anos como o grupo “com maior incidência de novos casos de Covid-19”, e os jovens dos 13 aos 17 como o terceiro grupo etário com maior incidência acumulada nos últimos 14 dias.
“Impõe-se agora tomar esta medida de encerramento das escolas, que, ainda que seja dolorosa, é crucial para a saúde dos portugueses”, conclui a nota da distrital do PSD.
Portugal registou hoje mais 219 mortes relacionadas com a Covid-19 e 14.647 novos casos de infeção com o novo coronavírus, os valores mais elevados desde o início da pandemia, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim revela também que estão internadas 5.493 pessoas internadas, mais 202 do que na terça-feira, das quais 681 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 11, dois valores que também representam novos máximos da fase pandémica.
O número de internamentos está a subir desde o dia 1 de janeiro, dia em que estavam 2.806 pessoas internadas.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 2.058.226 mortos resultantes de mais de 96,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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