Viseu exige suspensão de aulas presenciais para terceiro ciclo e secundário

20 de Janeiro 2021

A suspensão da atividade letiva e educativa em regime presencial do terceiro ciclo e ensino secundário no concelho de Viseu é uma das exigências ao Governo da Comissão Municipal de Proteção Civil, após reunião com diversos responsáveis.

“Exigir à tutela a suspensão da atividade letiva e educativa em regime presencial do terceiro ciclo e ensino secundário nos estabelecimentos de ensino do concelho de Viseu, passando estes níveis de escolaridade a funcionar na modalidade de ensino à distância, por um período de 15 dias, e com posterior avaliação”, refere um comunicado hoje enviado à agência Lusa.

Uma decisão unânime da Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) de Viseu, que reuniu na terça-feira para avaliar a propagação da pandemia e, em particular, o impacto da situação nos estabelecimentos escolares.

“É fundamental minimizar a transmissão comunitária ativa e aliviar a pressão existente nos serviços de saúde, nomeadamente na capacidade esgotada da Autoridade de Saúde local no que diz respeito ao estudo epidemiológico das cadeias de transmissão”, justifica.

O documento refere ainda que “a situação de rutura vivida no Centro Hospitalar Tondela-Viseu” (CHTV) é também razão para a suspensão da atividade escolar, porque a proteção civil municipal considera que, “apesar de estar em funcionamento um Hospital de Campanha, o CHTV continua com uma pressão crescente de casos”.

Esta reunião contou com a presença dos diferentes elementos que a constituem, tendo como convidados todos os representantes dos cinco agrupamentos de escolas, três escolas secundárias e todas as escolas profissionais e privadas.

A decisão tomada “fundamenta-se em dois pontos fulcrais”.

“Os dados à data da Autoridade de Saúde e Estabelecimentos de Ensino, que estimam aproximadamente 2.500 alunos em isolamento, 150 infetados – correspondentes a cerca de 100 turmas/salas em confinamento preventivo, dezenas de professores e auxiliares, aos quais se juntam outros casos de contágio nas famílias – implicam um funcionamento ‘anormal’ das Escolas”, é um dos fundamentos.

Esta entidade diz que “muitos estabelecimentos só estão a funcionar aparentemente, com alunos em regime presencial, outros à distância, professores e auxiliares infetados”.

E “todos são potenciais agentes portadores de e para as escolas e famílias”.

“Acresce que os 18 mil alunos do concelho representam um movimento pendular diário de cerca de 30 mil pessoas, num concelho com cerca de 100 mil habitantes, e muitos entre concelhos com transmissão ativa muito grave”, defende.

Outro argumento para exigir a suspensão da atividade escolar é “a atual evolução da pandemia Covid-19 em Viseu e o seu potencial de evolução catastrófico, onde se regista atualmente, um índice de 1.447 casos por 100 mil habitantes”.

“Assim como se verifica a existência, na totalidade dos concelhos da região Dão Lafões, onde Viseu se insere, de uma média de 1.800 casos por 100 mil habitantes”, acrescenta a nota de imprensa.

A CMPC refere ainda que o concelho de Viseu, nos primeiros 15 dias de janeiro, registou “mais casos do que em todo o mês de dezembro” e, nesse sentido, “urge a tomada de medidas imediatas e drásticas com vista à minimização da transmissão comunitária”.

A nota de imprensa refere ainda que “os dados transmitidos pelo diretor clínico do CHTV” revelam que esta unidade hospitalar “atingiu o nível catastrófico e rutura completa de todas as capacidades instaladas” uma vez que já conta com “16 pessoas nos cuidados intensivos”, o número de camas existentes nesta unidade.

LUSA/HN

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