Numa declaração ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se aos portugueses declarando: “Vou ser breve e claro. Vivemos o período, de longe, mais difícil da pandemia, que dura há quase onze meses. Temos dos mais elevados números da Europa”.
“A variante inglesa do vírus surgiu e propagou-se vertiginosamente, abarcando mais de 50% dos casos em áreas como a Grande Lisboa. A pressão sobre as estruturas da saúde, sobretudo nessa Grande Lisboa, é extrema”, descreveu, defendendo que “é preciso agir depressa e drasticamente”.
O chefe de Estado referiu que “o número de mortes cresce a ritmo, há meses, inimaginável”, observando: “E com ele cresce a perigosa insensibilidade à vida e à morte, mesmo de familiares, amigos, vizinhos, companheiros de tantos lances da vida. Com essa insensibilidade crescem ainda a negação do vírus, da sua gravidade, a negação da necessidade do estado de emergência e até do confinamento”.
“Mas nada disso, nenhuma dessas negações resolve a multiplicação dos mortos, as esperas infindáveis por internamentos, o sufoco nos cuidados intensivos, o sofrimento de doentes covid e não covid”, criticou.
Marcelo Rebelo de Sousa reforçou que a situação que Portugal vive “é mesmo a pior” desde o início desta pandemia e que “não vale a pena esconder a realidade, fazer de conta, iludir”.
“O que fizermos todos, poderes públicos solidários e portugueses, até março, inclusive, determinará o que vão ser a primavera, o verão e, quem sabe, se o outono. E joga-se tudo nestas próximas semanas, até março, inclusive”, defendeu.
No final desta declaração, em que comunicou a renovação do estado de emergência até 14 de fevereiro, interrogou: “Portugueses, será que ainda vamos a tempo?”.
“Claro que vamos a tempo. Mas este é tempo de fazermos todos, poderes públicos e portugueses, mais e melhor”, apelou.
LUSA/HN
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