“Não nos vamos enganar a nós próprios. Não vamos dizer que estamos a reduzir os casos para 50 sem fazer testagem, para depois termos surtos”, disse o presidente do Governo Regional da Madeira, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à empresa Francisco Câmara – Climatização, Sistemas de Ar Condicionado e Eletricidade, no Funchal.
Realçando que se está “a fazer uma testagem alargada e intensiva, quer o setor público, quer o setor privado”, Miguel Albuquerque assegurou que o processo de testagem no arquipélago é “transparente”.
“Estamos a fazer uma testagem geral e, dentro da capacidade, estamos a tentar e a conseguir conter a proliferação da pandemia”, referiu, salientando que a capacidade de resposta hospitalar também é “eficaz”.
A Madeira tem registado nos últimos dias um número de novos casos diários superior a 80, mas inferior a 100.
O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) indica, contudo, que o rácio de transmissibilidade (Rt) do novo coronavírus na região – superior a 1 – é o mais elevado do país.
Sobre estes valores, Miguel Albuquerque atribuiu o índice ao facto de a Madeira efetuar mais testes, ao mesmo tempo que mantém a economia e parte das escolas operacionais.
“Nós temos um conjunto de medidas de contenção da pandemia, mas que permite que a economia continue a funcionar, que as pessoas não fiquem fechadas em casa e que os alunos tenham acesso aquilo que é fundamental, que é a sua educação, quer com aulas presenciais, quer com aulas digitais”, afirmou.
De acordo com a Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 260 mil habitantes, regista 1.757 casos ativos de Covid-19, num total de 5.974 confirmados desde março de 2020.
Desde o início da pandemia foram reportados 58 óbitos associados à doença, entre os quais um doente transferido no final de janeiro de Lisboa.
O laboratório de patologia clínica do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) processou, até terça-feira, 286.292 amostras para teste PCR, das quais 158.326 foram recolhidas no âmbito da operação de rastreio de viajantes nos portos e aeroportos da região, em vigor desde 01 de julho de 2021.
“Temos uma situação diferente do continente, porque no continente estão em confinamento”, afirmou Miguel Albuquerque, reforçando que, neste momento, o objetivo na Madeira “é manter uma situação de contenção da pandemia, com a economia a funcionar”.
O chefe do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, admitiu um reforço das restrições em caso de agravamento da situação, mas, para já, mantém-se em vigor a resolução que determina o encerramento, até 21 de fevereiro, de todas as atividades económicas e o recolher obrigatório a partir das 19:00 durante a semana e às 18:00 aos fins de semana.
Contudo, na terça-feira, Miguel Albuquerque anunciou que “durante toda a semana” do Carnaval as regras de confinamento serão alteradas, com o encerramento das atividades comerciais às 17:00 e recolher obrigatório às 18:00.
A medida, justificou, “tem em vista a prevenção das festas e convívios de Carnaval”.
O Governo da Madeira mantém também suspensas as aulas presenciais para os alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário, ao passo que os restantes níveis de ensino – creches, jardins de infância, pré-escolar, 1.º ciclo, 2.º ciclo, ensino profissional e especial – continuam com as suas atividades de forma presencial.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.341.496 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.718 pessoas dos 774.889 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Lusa/HN
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