“Acompanhamos inteiramente a necessidade de utilizar massivamente testes, desde testes PCR, a testes rápidos de antigénio, até aos testes de saliva que já se encontram também disponíveis, independentemente das recomendações que recebemos recentemente”, afirmou Marta Temido na Comissão de Saúde, na Assembleia da República.
Por isso, sublinhou, “já exortamos a Direcção-Geral da Saúde a rever as orientações técnicas, considerando para o efeito de realização de testes que devem ser considerados todos os contactos e não restringir a contacto de risco”.
O aumento da testagem tem sido defendido por vários especialistas, nomeadamente pelo epidemiologista Manuel do Carmo Gomes, que disse na terça-feira que a testagem em massa é a “arma principal” no combate à pandemia.
Segundo a ministra, pode ser ponderado o uso das várias tipologias de teste no mercado, segundo o nível de risco do contacto.
Adiantou ainda que solicitou à Direção-Geral da Saúde que avalie “a realização de testes em setores que não estão parados, como a indústria, construção civil” e que estão associados “a maiores surtos por altura do desconfinamento de maio do ano passado”.
Avançou ainda que está também em estudo “o acesso gratuito a estas metodologias e acesso em locais simples, prescindido da prescrição clínica”.
Marta Temido referiu que já foram realizados 7,6 milhões de testes à Covid-19, sublinhando que a capacidade de rastreio quase triplicou entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021.
Questionada também pelos deputados sobre os critérios de vacinação, a ministra afirmou que são utilizados critérios técnicos.
“Nós não os inventámos, eu não inventei nenhum critério de vacinação. Foram aqueles que foram propostos pela comissão técnica de vacinação contra a Covid-19, que é uma estrutura independente da ‘task force’ para a Covid-19 e foram depois remetidos ao Ministério da Saúde pela DGS”, sublinhou.
Quanto ao alargamento do prazo entre primeira e segunda dose, Marta Temido afirmou que “a comissão técnica de vacinação contra a Covid-19 fez essa proposta, a ‘task force’ não a secundou e a DGS não a secundou”.
“Tanto quanto é do nosso conhecimento, esta corresponde à prática mais segura e devemos utilizar o princípio da precaução, da mesma forma que utilizamos em relação à vacina da AstraZeneca, sendo certo que a melhor vacina é aquela que se toma em qualquer circunstância”, defendeu.
Sobre convocatória dos mais velhos para a vacinação, a ministra explicou que, neste momento, as pessoas que estão elegíveis para vacinação ainda nesta primeira fase irão ser contactados por uma de três vias: SMS, telefone ou carta.
Os centros de saúde receberam a listagem das pessoas que estão inscritas e que têm 80 anos ou mais ou entre 50 anos e 79 anos e uma de quatro comorbilidades (insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença cardíaca ou insuficiência coronária).
Estas pessoas serão contactadas e a sua vacinação será agendada a partir do final desta semana, disse, avançando que haverá também um simulador onde as próprias pessoas, ou com a ajuda de um familiar, podem inserir os seus dados e verificar se estão incluídas ou não.
“Mas obviamente que o apoio das autarquias, das Juntas de Freguesia, das associações de utentes, das associações de moradores é essencial neste processo, será essencial para organizar o transporte” destas pessoas, admitiu.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.341.496 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.718 pessoas dos 774.889 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Lusa/HN
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