“Entendemos que o mais vantajoso era que estivessem a trabalhar juntos e num espaço único, daí a opção que foi feita e a colaboração que também foi dada por este prestador para permitir criar essas condições, o que implicou reajustamentos da sua atividade criadas por este prestador”, observou.
Numa audição na comissão parlamentar de Saúde, a governante disse que “foram avaliadas várias hipóteses” sobre o auxílio alemão, em resposta a uma pergunta do deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira, que questionou o porquê da colocação destes clínicos numa unidade privada e não no Serviço Nacional da Saúde (SNS).
Questionada sobre a colaboração entre o SNS e o setor privado, nomeadamente sobre a capacidade que foi disponibilizada, Marta Temido esclareceu que os acordos “mantêm-se sensivelmente estáveis”, sustentando-se nas informações existentes até ao final de janeiro.
“Havia um total de 981 camas acordadas, mas aqui estão incluídas Forças Armadas, setor social e setor privado, sendo que camas contratualizadas ao setor privado e social nesta altura eram cerca de 745. O diferencial de 236 camas eram do Hospital das Forças Armadas e estruturas congéneres”, indicou.
Quando confrontada com críticas da deputada do CDS Ana Rita Bessa sobre a estratégia de combate à pandemia, a ministra da Saúde reconheceu as dificuldades, mas reiterou que só se preocupa com as pessoas servidas pelos cuidados de saúde e com os profissionais de saúde.
“É muito difícil fazer a coordenação de um sistema de saúde e de um SNS como o nosso, polarizado em tantos níveis de ação. É um tema que merecerá melhor reflexão no contexto que enunciei brevemente no início, com a revisão do estatuto do SNS. É um tema a que temos de voltar”, resumiu, sublinhando o “esforço” realizado para trabalhar com as diferentes entidades “para suprir as arestas da comunicação”.
Marta Temido fez questão de notar também o “peso gigante sobre os profissionais de saúde”, mas não deixou de apelar para a participação na definição de soluções para os atuais problemas.
“O poder político e executivo tem uma responsabilidade especial, mas o setor da Saúde é composto por profissionais altamente qualificados, com voz para a construção de melhores soluções. Peço também aos profissionais de saúde que procurem – dentro das suas instituições – encontrar soluções para os problemas e fazer funcionar a máquina. Se todos furarmos a máquina, será uma enorme descoordenação”, avisou.
Marta Temido revelou também já ter recebido o relatório da Inspeção Geral das Atividades de Saúde (IGAS) sobre a alegada vacinação contra a Covid-19 à margem dos critérios estabelecidos no lar de Reguengos de Monsaraz e que “em poucos dias será conhecido”.
Lusa/HN
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