Açores vão alargar rastreios à Covid-19 em instituições

18 de Fevereiro 2021

O presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos Açores anunciou esta quinta-feira o alargamento dos rastreios ao novo coronavírus na região, mas lembrou que já são feitos testes regulares em várias instituições.

“Nós consideramos que ainda há margem para melhorar a nossa testagem alargada e estamos a trabalhar para definir novas regras para alguns testes serem feitos de forma regular também em outras instituições”, anunciou Gustavo Tato Borges, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, em que também participou o secretário regional da Saúde dos Açores.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje a estratégia nacional de testes para o SARS-CoV-2, que inclui a realização de testes rápidos de antigénio, em locais que agrupem muitas pessoas, como escolas, prisões, fábricas e construção civil, de duas em duas semanas, nos concelhos que tenham mais de 480 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.

Questionado sobre a aplicação dessa medida nos Açores, Gustavo Tato Borges disse que já existiam vários rastreios em curso na região.

“Eu diria que essa é uma medida que o continente copiou aos Açores, porque nós já fizemos testes aos professores, começámos um rastreio com eles, nós temos testes já há muito tempo, regulares em profissionais de saúde, em trabalhadores de lares e até mesmo em IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] que lidam com utentes debilitados”, apontou.

Na ilha Terceira está também em fase de conclusão um rastreio realizado a professores e auxiliares de todas as escolas, em que até agora não foram detetados novos casos de infeção.

“Fizemos o teste de RT-PCR a todos os docentes e não docentes. Foi a primeira fase. Agora vamos alargar os testes também aos alunos. Estamos a equacionar qual será a melhor maneira, tendo em conta que o volume será maior, se faz sentido fazer em RT-PCR ou um teste rápido”, adiantou o presidente da comissão de acompanhamento.

Além disso, também já começaram a ser agendados testes de despiste para um rastreio semelhante na ilha de São Miguel.

“Vão começar pelos professores das escolas de Rabo de Peixe e, depois, vão alargar à Ribeira Grande, partindo para os outros concelhos todos”, revelou Gustavo Tato Borges.

O rastreio realizado nas escolas da Terceira poderá ser determinante para avaliar se ainda existe transmissão comunitária na ilha.

“Esta testagem, de forma alargada, aos docentes e não docentes é um bom indicador. Fazer agora aos alunos vai ser outro passo muito importante. E, se de facto não forem identificados casos novos que não tenham ligação a outro lado, muito provavelmente será mais fácil e seguro identificarmos a ilha Terceira como não tendo transmissão comunitária”, adiantou o médico especialista em saúde pública.

Quando aos números de São Miguel, com exceção da vila de Rabo de Peixe, também indicam a possibilidade de “a transmissão comunitária ser muito reduzida ou inexistente”, acrescentou o presidente da comissão de acompanhamento, alertando, contudo, para a necessidade de haver cautela na determinação dessa situação.

“É muito mais fácil dizer que há transmissão comunitária do que dizer que deixou de haver transmissão comunitária. Uma das coisas que nós não queremos é dar esta boa notícia à ilha Terceira e, depois, porque de facto a situação não estava bem avaliada, termos um retrocesso”, sublinhou.

Os Açores têm atualmente 91 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, dos quais 76 em São Miguel, sete na ilha Terceira, seis no Pico, um no Faial e um em Santa Maria.

Desde o início do surto foram detetados na região 3.809 casos, tendo ocorrido 29 óbitos e 3.585 recuperações.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Lusa/HN

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