A libertação de parasitóides da psila-africana-dos-citrinos, a ‘Trioza erytreae’, ocorreu nalguns dos espaços ajardinados de Lisboa, após o município ter informado a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), indicou a Câmara Municipal, referindo que a medida tem vindo a ser aplicada no plano de contenção desta praga ao nível nacional.
“Assim, em agosto e em novembro de 2020, os técnicos da Câmara Municipal de Lisboa, juntamente com a DGAV e o Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida (LPVVA), procederam à largada de parasitóides de ‘Trioza erytreae’, em vários locais da cidade”, informou o executivo camarário, em resposta à agência Lusa, adiantando que, desde então, o LPVVA tem vindo a monitorizar os níveis de parasitismo por ‘Tamarixia Dryi’.
Reforçando que “todos os citrinos dos ajardinados da cidade foram já avaliados”, de modo a detetar a presença da praga da ‘Trioza erytreae’, a Câmara Municipal de Lisboa disse que ainda não está disponível uma apreciação global do parasitismo realizado nalguns locais.
Na atualização da zona demarcada para ‘Trioza erytreae’ em Portugal, publicada pela DGAV em 18 de dezembro de 2020, o concelho de Lisboa, que tem 24 freguesias, tem nove freguesias infestadas, nomeadamente Ajuda, Alcântara, Alvalade, Belém, Benfica, Carnide, Olivais, Penha de França e São Vicente.
Na zona tampão, que é área abrangida pelos limites das freguesias infestadas, Lisboa tem as restantes 15 freguesias: Areeiro, Arroios, Avenidas Novas, Beato, Campo de Ourique, Campolide, Estrela, Lumiar, Marvila, Misericórdia, Parque das Nações, Santa Clara, Santa Maria Maior, Santo António e São Domingos de Benfica.
De acordo com a DGAV, a zona demarcada para a ‘Trioza erytreae’ “corresponde à área territorial das freguesias onde é confirmada pelos serviços oficiais a presença do inseto (freguesias infestadas) e à área abrangida pelo raio de três quilómetros contados a partir dos limites dessas freguesias (zona tampão)”.
A ‘Trioza erytreae’ ou psila-africana-dos-citrinos é um inseto causador de danos graves nos citrinos, sendo ainda vetor de uma doença causada pela bactéria ‘Candidatus liberibacter’, considerada como a mais grave a nível mundial para estas espécies, mas que ainda não entrou na Europa, segundo informação da DGAV.
O esclarecimento da Câmara Municipal de Lisboa sobre a ‘Trioza erytreae’, em resposta à agência Lusa, foi feito na sequência de um requerimento apresentado por um cidadão da cidade, Rui Teixeira Pires, em 21 de fevereiro deste ano, em que comunicou a presença da praga ‘Trioza erytreae’ em espaço público da capital, em particular na Calçada do Duque.
“Requeria portanto ao departamento de Estruturas Verdes da Câmara Municipal de Lisboa para proceder à execução de medidas fitossanitárias e que envidasse esforços para detetar e tratar outros espaços públicos da cidade, que estarão seguramente também afetados”, expôs Rui Teixeira Pires, defendendo uma comunicação proativa desta praga a todos os cidadãos da capital para que possam tratar e detetar atempadamente nos seus jardins e logradouros privados, “evitando que esta praga se propague ainda mais descontroladamente, o que já corre o risco de precipitar o fim da existência de árvores de citrinos no futuro, a médio e longo prazo”.
Numa portaria publicada em 17 de junho de 2020 no Diário da República, o Governo estabeleceu medidas de proteção fitossanitária adicionais destinadas à erradicação no território nacional do inseto ‘Trioza erytreae’, causador da praga dos citrinos, tendo determinado o dever de informação às autoridades e o “corte de ramos infetados, destruição pelo fogo, trituração ou enterramento” por operadores não profissionais.
Lusa/HN
0 Comments