“Apareceu um caso estranho em La Guaira [norte de Caracas] de um trabalhador do aeroporto. Fizemos um estudo que demonstrou que era a variante brasileira (…). Já temos 10 pacientes com esta variante”, disse.
Nicolás Maduro falava numa alocução ao país transmitida pela televisão estatal venezuelana, desde o palácio presidencial de Miraflores, acompanhado da vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez e da ministra de Ciência e Tecnologia, Gabriela Jiménez.
“É uma variante mais contagiosa, transmite mais carga viral, o que quer dizer que é mais grave”, explicou.
O Presidente da Venezuela precisou que foram confirmados seis casos de pessoas infetadas com a variante brasileira da Covid-19 no estado de Bolívar (sul do país, fronteiriço com o Brasil), dois na cidade de Caracas e dois no estado de Miranda.
“Há que tomar medidas especiais de biossegurança (…), elevemos a proteção. Em conjunto com as brigadas médicas, vamos cortar as cadeias de transmissão da nova cepa”, disse.
Nesse sentido, explicou que o seu Governo prevê ativar 16 mil brigadas médicas para travar a expansão da variante brasileira do coronavírus.
Por outro lado, explicou que vai continuar o processo de imunização da população, com a vacina russa Sputnik V e também com as recém-chegadas vacinas chinesas Sinopharm.
Apesar da situação, indiciou que enquanto a Venezuela avança na prevenção e na vacinação, manterá o esquema local de sete dias de quarentena restrita, seguidos de sete dias de flexibilização.
A Venezuela recebeu, na terça-feira, meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm contra a Covid-19, horas depois de o Governo venezuelano ter aprovado o seu uso no país.
O país recebeu em 13 de fevereiro as primeiras 100 mil doses da vacina russa Sputnik-V, que, segundo o Presidente Nicolás Maduro, foram destinadas à população mais vulnerável, para reduzir a transmissão local do novo coronavírus.
Segundo a imprensa local, a vacinação começou cinco dias depois e os idosos foram excluídos.
Em 17 de fevereiro, Nicolás Maduro anunciou que previa iniciar a imunização geral da população a partir de abril, com vacinas da Rússia, China, Cuba e da plataforma Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Academia Nacional de Medicina (ANM) da Venezuela indicou que o país necessita de 30 milhões de vacinas para imunizar 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões de maneira prioritária.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 140.383 casos da Covid-19, desde o início da pandemia, em março de 2020. Há ainda 1.358 mortes associadas ao novo coronavírus e 132.503 pessoas recuperaram da doença.
Lusa/HN
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