Professores moçambicanos querem ser prioridade na vacinação

26 de Março 2021

O Sindicato Nacional dos Professores de Moçambique (SNP) defendeu esta sexta-feira que a classe profissional deve merecer "prioridade" na vacinação contra a Covid-19, considerando-a especialmente vulnerável à pandemia.

“Não estamos a pedir privilégios, pedimos um tratamento que tem a ver com a realidade em que trabalhamos. Estamos muito expostos à pandemia”, disse o secretário-geral do SNP, Teodoro Muidumbe.

Aquele responsável comentou que os professores lidam todos os dias com centenas de alunos, entram em muitos espaços dos recintos escolares e a maioria viaja em transportes sobrelotados, correndo maiores riscos de infeção pelo novo coronavírus.

“Não estamos na linha da frente, como os profissionais de saúde, mas não andamos longe disso, porque trabalhamos com multidões”, acrescentou.

O secretário-geral do SNP assinalou as manifestações de apoio da sociedade moçambicana à ideia de colocar os professores entre os grupos prioritários na vacinação, enfatizando que espera recetividade por parte do Governo.

“Antes de nós levantarmos esse debate, já havia um movimento nas redes sociais a favor da vacinação dos professores”, frisou.

Teodoro Muidumbe saúda a decisão do executivo de permitir a presença de apenas 25 alunos por aula, visando o distanciamento de 1,5 entre cada um dos presentes na sala, no âmbito da prevenção de Covid-19.

Também enalteceu o esforço das autoridades de criar colocar produtos de higiene e água nos recintos escolares.

“Ninguém, no mundo, está seguro a 100% neste momento, mas tínhamos de voltar às aulas nas condições possíveis, porque não temos as ideais”, frisou.

Em Moçambique, a primeira fase de vacinação contra a Covid-19 arrancou no início deste mês e prevê a inoculação de cerca de 60 mil técnicos de saúde.

A operação está a ser viabilizada com o recurso a 200 mil doses de vacinas oferecidas ao país pela China, a primeira remessa recebida em Moçambique.

Após o arranque da primeira fase, chegou um reforço de 100 mil doses oferecidas pela Índia e 384 mil do mecanismo Covax, uma iniciativa impulsionada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em prol da vacinação nos países pobres.

Moçambique tem cumulativamente 753 óbitos e 66.762 casos de infeção pelo novo coronavírus, 81% dos quais recuperados.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.756.395 mortos no mundo, resultantes de mais de 125,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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