Casos em Macau que obrigaram a testes em massa têm origem em surto anterior

5 de Outubro 2021

As autoridades de saúde de Macau informaram hoje que os casos de covid-19 que levaram a novos testes em massa à população, iniciados na segunda-feira, têm origem no surto anterior, detetado em 24 de setembro.

Após investigação epidemiológica, as autoridades concluíram que se trata igualmente da estirpe Delta do novo coronavírus, tendo o 72.º caso, diagnosticado esta segunda-feira, “100% de semelhança” com o caso 64.º, detetado em 24 de setembro, num viajante proveniente da Turquia, e que já tinha levado as autoridades a decretar a segunda ronda de testes em massa.

“Em termos genéticos, os casos 72.º a 75º [detetados esta semana] têm a ver com o caso 64.º, que veio da Turquia”, informaram, durante a conferência diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Na origem de pelo menos uma situação de transmissão terá estado uma viagem de autocarro em que estiveram os casos 66.º e 74.º, em 24 de setembro, precisaram.

As autoridades de Macau estão a realizar desde segunda-feira testes à covid-19 para toda a população, pela terceira vez desde o início da pandemia, seis dias depois de concluída a segunda ronda, em 28 de setembro, então com resultados negativos.

A nova ronda de testes, que deverá prolongar-se até quinta-feira, foi decretada após a deteção de um novo caso, na segunda-feira, um trabalhador do interior da China, tendo sido diagnosticados desde então mais três casos conexos, em pessoas de contacto próximo.

Até às 15:00 de hoje (08:00 em Lisboa), foram testadas mais de 244.000 pessoas, tendo sido apurados mais de 121.000 resultados, todos negativos, informou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Atualmente, 3.284 pessoas estão em isolamento em hotéis de Macau, das quais mais de 2.020 em estabelecimentos designados pelo Governo.

As autoridades sanitárias estabeleceram ainda várias zonas de código vermelho, com proibição de saída dos residentes, e de código amarelo, com os residentes a serem sujeitos a pelo menos mais um teste, não podendo sair de casa antes de ser conhecido o resultado.

De acordo com as autoridades, atualmente há 2.950 pessoas nestas zonas, 969 em áreas de código vermelho e 1.981 em zonas amarelas.

O Governo de Macau anunciou hoje também o encerramento de alguns espaços de diversão no território, para evitar um surto comunitário, estando as aulas igualmente suspensas.

“Estamos num momento crucial e crítico, e apelamos a todos os cidadãos para que fiquem em casa”, instou o médico Tai Wai Hou, coordenador do plano de vacinação do território.

O executivo já tinha anunciado a suspensão dos serviços públicos e dispensa dos funcionários até quinta-feira, indicando que devem ser adotadas “medidas adequadas” para assegurar serviços indispensáveis.

O estado de emergência imediata, decretado em 25 de setembro, depois de a doença ter sido diagnosticada num residente de Macau oriundo da Turquia e em vários casos conexos, continua em vigor, indicaram as autoridades.

Em agosto, após a deteção de quatro casos da variante Delta do novo coronavírus, todos na mesma família, o Governo de Macau também decretou o “estado de emergência imediata” e testou toda a população.

Macau contabilizou apenas 75 casos desde o início da pandemia, não tendo registado qualquer morte.

A covid-19 provocou pelo menos 4.798.207 mortes em todo o mundo, entre mais de 234,85 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.000 pessoas e foram contabilizados 1.071.307 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

LUSA/HN

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