A informação foi divulgada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, salientando que o Governo Federal tem trabalhado no desenvolvimento de 15 protocolos de vacinas nacionais contra a covid-19.
“Três dessas vacinas avançaram nos pré-testes e, agora, elas estão entrando na fase dos testes clínicos. (…) Uma dessas vacinas já tem o protocolo registado na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão regulador do país] para testes clínicos”, disse Pontes, em conferência de imprensa, frisando que o protocolo foi entregue na quinta-feira.
O anúncio feito pelo Governo Federal, presidido por Jair Bolsonaro, surge apenas algumas horas após o executivo de São Paulo, governado por João Doria, rival político do chefe de Estado, ter anunciado a Butanvac, uma vacina própria, desenvolvida localmente pelo Instituto Butantan.
Questionado sobre uma eventual relação entre os factos, o ministro Marcos Pontes argumentou tratar-se de uma mera “coincidência”.
“No meu ponto de vista, não tem nada a ver um ponto com o outro. Coincidência, bom para o país. Nós precisamos de ter várias vacinas nacionais. Essa aqui é uma que a gente tem trabalhado bastante”, advogou Pontes, rejeitando qualquer relação com o anúncio feito horas antes pelo executivo de São Paulo.
Segundo o ministro, a vacina em causa é desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e recebeu o nome de Versamune-R-CoV-2FC.
O imunizante em causa é fruto de uma parceria das empresas PDS Biotechnology, dos Estados Unidos da América, a brasileira Farmacore Biotecnologia e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), de acordo com dados oficiais.
“Os resultados dos estudos não-clínicos (toxicidade e imunogenicidade) obtidos até ao momento demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controlo da Covid-19”, informou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em comunicado.
“A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo”, informou o executivo federal.
O imunizante já passou pelos testes pré-clínicos e, agora, aguarda autorização para iniciar a nova etapa com cerca de 300 voluntários. Na última etapa, a testagem será feita com um grupo de 20 mil a 30 mil voluntários.
Já o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, que também participou na conferência de imprensa, afirmou que “o importante é vacinar a população brasileira” e que os imunizantes são os principais ativos para “pôr fim à pandemia”.
O Brasil, o país que atualmente mais regista casos e mortes por Covid-19, totaliza 303.462 óbitos e 12.320.169 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.756.395 mortos no mundo, resultantes de mais de 125,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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