Já esta sexta-feira, também os distritos de Osaka, Kyoto e Hyogo deverão votar ao estado de emergência, de acordo com fontes ligadas ao processo, citadas pela agência Kyodo.
As restrições, a pedido das autoridades dos próprios distritos, devem incluir o encerramento temporário de centros comerciais e de parques de diversões, mantendo-se durante os feriados da “Semana Dourada”, até o início de maio.
Pela primeira vez desde 22 de janeiro, as autoridades de saúde anunciaram hoje a deteção de mais de cinco mil novos casos em todo o país.
De acordo com um painel de especialistas do Ministério da Saúde, as variantes do coronavírus são responsáveis por cerca de 80% das infeções nos distritos de Osaka e Hyogo, bem como por uma parcela de casos em rápido crescimento em Tóquio.
O Ministério da Saúde do Japão disse hoje que 505 novos casos de variantes altamente contagiosas do novo coronavírus foram identificados na semana passada, quase o dobro do registado nos sete dias anteriores.
O número total de pessoas infetadas com variantes do vírus no Japão agora é de 1.880, incluindo aqueles em quarentena em aeroportos, disse o ministério.
Perante o aumento de casos de Covid-19, têm vindo a aumentar as dúvidas sobre a possibilidade de realização das olimpíadas, que têm início agendado para Julho, e, na semana passada, o “número dois” do Partido Liberal Democrático do Japão (no poder), Toshihiro Nikai, admitiu o seu cancelamento.
“Se se tornar impossível, deve ser cancelado”, disse o secretário-geral do LDP na quinta-feira durante a gravação de um programa de TV.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga prometeu realizar olimpíadas “seguras e protegidas”, dizendo que servirão como um símbolo do triunfo da humanidade sobre a pandemia.
Devido à pandemia de covid-19, que em Portugal já causou 16.952 mortos, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020, previstos para o verão passado, foram adiados em cerca de um ano.
Os Jogos Olímpicos vão decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto, enquanto os Paralímpicos entre 24 de agosto e 05 de setembro.
Já em abril, numa sondagem da Kyodo News, apenas 24,5% dos inquiridos se mostraram favoráveis ao evento já neste verão, com 39,2% a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e 32,8% a julgarem melhor um novo adiamento.
Uma auscultação recente do setor empresarial, de fevereiro, mostrava que apenas 35% das firmas inquiridas queria o evento.
O Japão, que desde janeiro de 2020 contabilizou 9.300 mortes por Covid-19, tem vindo a registar um aumento de casos de infeção significativo sobretudo nas grandes cidades, a par de uma campanha de vacinação lenta comparada com outros países da mesma dimensão.
Fontes governamentais disseram hoje à agência Kyodo que o Japão espera receber 50 milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 da Pfizer, depois de o primeiro-ministro Yoshihide Suga ter pedido à empresa farmacêutica para aumentar o fornecimento.
O Japão tem acordos anteriores com a Pfizer para 144 milhões de doses e com a Moderna para 50 milhões de doses.
Também hoje, um painel do Ministério da Saúde aprovou o uso de baricitinibe, medicamento para artrite reumatóide, para tratamento de Covid-19.
O grupo farmacêutico norte-americano Eli Lilly and Co. entrou com pedido de aprovação em dezembro e espera-se agora que o Ministério da Saúde aprove formalmente o medicamento dentro de um mês.
Nos Estados Unidos, o baricitinibe foi aprovada para uso em combinação com o medicamento antiviral remdesivir para pacientes com coronavírus que precisam de oxigénio suplementar.
Para tratamento de pacientes com o novo coronavírus, o governo japonês já aprovou o remdesivir, desenvolvido pela empresa norte-americana Gilead Sciences e o esteróide dexametasona.
LUSA/HN
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