Portugueses satisfeitos com resposta da UE mas não do Governo, mostra inquérito

23 de Abril 2021

Dois terços dos portugueses (66%) estão satisfeitos com a resposta da UE à pandemia da Covid-19, o terceiro valor mais elevado entre os 27, mas só 49% aplaudem o Governo, revela um inquérito esta sexta-feira divulgado pela Comissão Europeia.

O “Eurobarómetro de Inverno”, conduzido nos 27 Estados-membros entre fevereiro e março passado e cujos primeiros resultados foram hoje publicados em Bruxelas, revela que a maioria dos europeus estão insatisfeitos com a resposta da União Europeia à crise da Covid-19, já que 49% consideram-na insatisfatória e 43% satisfatória.

Em Portugal, 66% dos inquiridos afirmam-se satisfeitos com as medidas adotadas ao nível europeu para lutar contra a pandemia, o terceiro valor mais alto da UE, apenas superado por Dinamarca (68%) e Lituânia (67%), enquanto, no extremo oposto da lista, os cidadãos mais críticos relativamente à resposta da UE são os gregos (apenas 31% de satisfação), franceses (32%) e alemães (33%).

No entanto, quando confrontados com a mesma questão mas relativamente às medidas adotadas a nível nacional, a satisfação dos portugueses cai para os 49%, ficando em maioria (51%) aqueles que se dizem “insatisfeitos” com as medidas do Governo, neste caso mais em linha com a média europeia (56% de “insatisfeitos” e apenas 43% de “satisfeitos”).

Os cidadãos mais satisfeitos com a resposta dada pelas respetivas autoridades nacionais são os dinamarqueses (79%), luxemburgueses (73%) e holandeses (71%), e os mais insatisfeitos os letões (21%), checos (24%) e eslovacos (25%).

Portugal é o Estado-membro onde se regista uma maior confiança na UE “para tomar boas decisões no futuro” relativamente ao combate à pandemia da Covid-19, com 89% dos inquiridos a afirmarem-se confiantes, o valor mais alto entre os 27 de forma destacada, 10 pontos à frente do segundo país (Malta, com 79%) e muito acima da média europeia (59%).

Este “Eurobarómetro” revela, de resto, que os portugueses são os cidadãos europeus que atualmente mais confiam na União Europeia em termos globais (78%), graças a uma subida de 22 pontos face à anterior consulta, realizada no verão de 2020, seguidos de irlandeses (74%) e lituanos (70%).

Os cidadãos europeus menos confiantes na UE são os gregos (37%), cipriotas e franceses (39% em ambos os casos).

Portugal é também o Estado-membro onde se regista um maior apoio à moeda única, com 95% dos inquiridos a manifestarem o seu apoio ao euro, à frente de Eslovénia (94%) e Irlanda (91%), enquanto os países onde o euro é mais impopular são a Suécia (25%) e a Dinamarca (32%).

No entanto, os portugueses são os mais pessimistas quanto ao ritmo da retoma no respetivo país, com 82% dos inquiridos a considerarem que a economia portuguesa só se recomporá do impacto da pandemia em 2023 ou mais tarde.

A nível dos 27 Estados-membros, 61% dos inquiridos também não antecipam uma plena recuperação económica antes de 2023, 23% acreditam que a mesma ocorrerá em 2022, e somente 5% confiam que sucederá ainda este ano.

Em Portugal, o inquérito foi conduzido junto de 1.100 pessoas, entre 12 de fevereiro e 08 de março, pela Marktest.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Álvaro Santos Almeida: “Desafios globais da saúde na próxima década”

Álvaro Santos Almeida, Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, destacou hoje, no Cascais International Health Forum 2025 os principais desafios globais da saúde para a próxima década, com ênfase no envelhecimento populacional, escassez de profissionais e a necessidade de maior eficiência no setor.

Boletim Polínico: um guia essencial para os doentes alérgicos

Elaborado pela Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA) – um serviço da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) para a comunidade – “o Boletim Polínico pode ajudar os doentes alérgicos a estarem mais atentos e alerta sobre as épocas de polinização das plantas a que são alérgicos e, como tal, tomarem as devidas precauções e seguirem os conselhos dos imunoalergologistas que os acompanham na gestão da doença”, refere Cláudia Penedos, da SPAIC.

Giovanni Viganò: “Itália como laboratório para inovar e implementar reformas no envelhecimento populacional”

Giovanni Viganó, consultor sénior e perito em políticas públicas no Programma Mattone Internazionale Salute (ProMIS), destacou no Cascais International Health Forum 2025 os desafios do envelhecimento populacional e a gestão de doenças crónicas, sublinhando a necessidade de políticas inovadoras e sustentáveis para garantir a viabilidade dos sistemas de saúde em países como Itália e Portugal.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights