A média diária, na última semana, “tem sido de 400 vacinas” administradas, “mas achamos pouco e queremos chegar a números acima das mil”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, em declarações à agência Lusa.
Segundo o autarca, o reforço do processo de vacinação, iniciado na semana passada, foi uma das medidas adotadas para responder ao agravamento da situação epidemiológica no concelho, a par do aumento da testagem e da criação de uma ‘task force’ concelhia.
A vacinação no concelho está a decorrer em Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, indicou, referindo que já “estão vacinadas cerca de seis mil pessoas” e que “o objetivo é chegar às 12 mil”, até dia 05 de maio.
“Só não temos obtido melhores resultados” no número de pessoas vacinadas por “dificuldades” com a “falta de pessoal médico, porque a Unidade Local de Saúde [do Litoral Alentejano] tem cinco concelhos e não consegue satisfazer todas as necessidades”, notou.
José Alberto Guerreiro mostrou-se, contudo, otimista em relação ao cumprimento do objetivo fixado, adiantando que é esperado, a partir de hoje, o reforço da capacidade de vacinação, com 12 enfermeiros cedidos pelo Exército.
O objetivo de ter as 12 mil pessoas vacinadas contra o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, foi fixado depois de a câmara ter solicitado que fosse vacinada toda a população acima dos 50 anos, sublinhou o autarca.
“Essa autorização ainda não chegou, mas estamos otimistas” em relação ao acolhimento da proposta, “porque não chega a tomar medidas repressivas e de confinamento geral e bloquear o funcionamento de alguns serviços”, considerou.
De acordo com o autarca alentejano, atualmente, os números relacionados com a covid-19 no concelho “reduziram bastante e a incidência está em cerca de metade daquela que era há 15 dias”.
O presidente da câmara disse ainda estar a aguardar com otimismo as decisões do Governo sobre o desconfinamento, esperando que “a economia volte a funcionar” no concelho, ainda que sejam mantidas “algumas restrições”.
Dados divulgados na sexta-feira revelam que Odemira é um dos dois concelhos em risco muito elevado de contágio, com o registo de incidência acumulada de 991 casos por 100 mil habitantes, ficando só atrás de Vila Franca do Campo (1.357), nos Açores.
Por registar em 14 de abril, pela segunda avaliação quinzenal consecutiva, uma taxa de incidência de casos de Covid-19 acima de 240 por 100 mil habitantes em 14 dias, Odemira foi um dos quatro concelhos, juntamente com Moura, Portimão e Rio Maior, que recuou para a primeira fase do desconfinamento, com medidas mais restritivas, inclusive a proibição de não se poder circular para fora do município.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.137.725 mortos no mundo, resultantes de mais de 148,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.973 pessoas dos 835.563 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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