Universidade brasileira pede para testar em humanos terceira vacina

12 de Maio 2021

 A Universidade Estadual do Ceará, no nordeste brasileiro, pediu na terça-feira autorização às autoridades sanitárias para iniciar testes em humanos da terceira iniciativa de produção de uma vacina contra a Covid-19 no país.

O Governo do estado do Ceará disse que a universidade pública realizou “com êxito” os testes em ratos de laboratório e pediu agora autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar as três fases de estudos em humanos.

O HH-120-Defenser, nome da vacina, junta-se assim à Butanvac, do Instituto Butantan, e à Versamune, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), também a aguardar o aval para serem testadas em humanos.

As três vacinas, e outras que possam ser desenvolvidas localmente, vão ter consumíveis próprios, também produzidos no Brasil, e poderão ser exportadas para países vizinhos, anunciou, em março, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro.

O governador do Ceará, Camilo Santana, indicou que a vacina, financiada com recursos públicos, soma-se a outras iniciativas que surgiram na região para combater a pandemia da Covid-19, como o capacete Elmo, um equipamento de baixo custo que reduziu o uso de ventiladores mecânicos, de acordo com um comunicado.

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) destacou que, a partir do aval da Anvisa, dará início à primeira fase dos exames, com 100 pacientes adultos, entre os 18 e os 60 anos, sem doenças preexistentes, e depois à segunda etapa, com maiores de 60 anos e em situação de risco.

A última fase será realizada com “milhares de pessoas com perfis diversificados”.

A vacina foi criada a partir de “um coronavírus aviário atenuado, há décadas no mercado, muito semelhante ao SARS-CoV-2, capaz de induzir uma resposta imunológica protetora contra o novo coronavírus e não causar infeção em humanos”, indicou a Uece.

O Brasil, um dos três países mais afetados pela Covid-19 no mundo, juntamente com os Estados Unidos e a Índia, ultrapassou na terça-feira as 425 mil mortes e acumula mais de 15,2 milhões de casos.

Apesar de mais de 70 milhões de doses distribuídas e quase 50 milhões aplicadas, o país sul-americano, com 212 milhões de habitantes, vacinou com duas doses apenas 7,2% da população e algumas localidades tiveram que suspender a vacinação por falta de produto.

As vacinas utilizadas no Brasil são a Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac e do laboratório público brasileiro Butantan, que responde por quase 80% da vacinação, e a Covishield, da anglo-sueca AstraZeneca e da universidade de Oxford, em associação com a estatal brasileira Fiocruz.

Na semana passada, também começaram a ser aplicadas as primeiras doses importadas da vacina Cominarty, do consórcio Pfizer-BionTech.

O ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, disse na terça-feira que o executivo vai comprar mais 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da Pfizer. Contudo, essas doses só começarão a chegar ao país em setembro.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.306.037 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.994 pessoas dos 840.008 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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