Para aferir as razões concretas desta diminuição do desempenho das unidades de saúde familiares (USF) durante a pandemia, a OM está a realizar um conjunto de visitas, tendo já realizado deslocações ao Alentejo e a Setúbal, estando previstas para hoje mais três visitas a USF de Lisboa, Oeiras e Cascais, ao que se segue Faro no início de junho.
“Se este indicador diminuiu, sabendo nós que os médicos de família e os centros de saúde estão a trabalhar imenso, estamos a perceber que esses médicos estão a fazer muitas funções que não eram próprias dos centros de saúde”, adiantou Alexandre Valentim Lourenço.
Segundo disse, estes clínicos estão a assegurar atendimentos a utentes com doença respiratória e a vacinação contra a covid-19, o que “significa que o que eles costumavam fazer deixou de ser feito”.
Apesar dos indicadores mais favoráveis da pandemia nas últimas semanas na generalidade do país ao nível da pressão sobre os serviços de saúde, Alexandre Valentim Lourenço garantiu que essa situação “continua na mesma”, uma vez que os médicos foram canalizados para a vacinação.
“Em vez de haver médicos e enfermeiros contratados para os centros de vacinação, são os centros de saúde que fornecem os médicos e os enfermeiros e continua a haver médicos deslocados para o atendimento a doença respiratória”, avançou.
De acordo com o presidente do conselho regional do Sul da OM, o desempenho destas funções ligadas à pandemia faz com que os médicos de família “não tenham tempo para vigiar a diabetes, a hipertensão, fazer os rastreios de cancros e atender adequadamente o planeamento familiar”.
“Estas doenças vão ser diagnosticadas tardiamente e em fase mais avançada”, alertou Alexandre Valentim Lourenço.
Em Portugal, morreram 17.022 pessoas dos 847.006 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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