Estudo aponta que confiança nas vacinas está ligada à comunicação dos líderes políticos e autoridades de saúde

15 de Junho 2021

O estudo internacional "Trust in COVID-19 Vaccines" sublinha o papel dos líderes políticos, autoridades de saúde e meios de comunicação na vontade da população em ser vacinada. Quando mais clara e mais eficaz a comunicação, maiores os níveis de confiança.

Desenvolvido pela CARMA, multinacional de Media Intelligence, o estudo revela que os níveis de influência de figuras políticas e porta-vozes criou, no arranque da imunização, “a oportunidade de fazer uma diferença significativa na necessidade de minimizar a hesitação da toma da vacina”.

De acordo com a analise feita, enquanto nos Estados Unidos da América os jornalistas eram mais propensos a recorrer aos comentários das empresas farmacêuticas, na França e na Alemanha (assim como em Portugal) a primeira escolha foram as autoridades governamentais e de saúde.

Os níveis de desconfiança nas vacinas aumentaram na Europa com os alegados efeitos adversos provocados pela vacina da AstraZeneca. A pesquisa da CARMA indica que a confiança na vacina AstraZeneca diminuiu significativamente de dezembro a março, coincidindo com uma vastidão de declarações de líderes políticos europeus e profissionais de saúde pública, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, que rotulou a vacina como “quase ineficaz acima dos 65 anos”.

Segundo o estudo, mais de de 40% das manchetes usaram linguagem emotiva em França e na Alemanha, com artigos sobre AstraZeneca e Pfizer respondendo por 70% das manchetes emotivas. A maioria dessas manchetes mais sensacionalistas foram publicadas em França. Em Portugal 89% das manchetes foram factuais e 11% mais emotivas e sensacionalistas.

Se por um lado a desconfiança francesa em relação à AstraZeneca atingiu 61% em março, na Grã-Bretanha a confiança geral e a aceitação da vacina sobrepuseram-se às polémicas, sendo que os níveis de níveis de desconfiança foram de apenas 9%. Desta forma, o estudo demonstra que existe uma ligação entre a comunicação das autoridades governamentais e a vontade geral de ter uma vacinação.

“A confiança é crítica para o processo de aceitação da toma da vacina Ccovid-19 e a confiança por sua vez, é impulsionada pela clareza, consistência e certeza dos governos, ou pela falta das mesmas. Este estudo internacional da CARMA identifica o quanto as ações e comunicações de líderes políticos e porta-vozes são importantes, e como errar pode ter consequências significativas. Para além disso, este estudo demonstra que a desinformação não existe apenas nos cantos mais obscuros da esfera social e digital, reafirmando o papel fundamental que têm os nossos líderes e governantes”, observa Luís Garcia, Managing Director da CARMA em Portugal.

“A forma como os governos e a sua liderança se comportam e comunicam tem um impacto significativo na opinião pública e no comportamento dos cidadãos. Nesta análise são identificados os fatores que podem ter contribuído para a confiança pública na vacinação, bem como o desempenho dos media comparando os tópicos e questões que motivaram a cobertura dos meios de comunicação social. Uma comunicação eficaz, informada e transparente nunca foi tão importante – a confiança demora muito a ser ganha, mas pode ser destruída em momentos”, conclui.

PR/HN/Vaishaly Camões

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