No seu primeiro comunicado enquanto cirurgião geral do presidente Joe Biden, Murthy focou-se na pandemia e alertou para o facto de as informações falsas levarem a que muita gente rejeite as vacinas e os conselhos de saúde pública, como o uso de máscaras ou o distanciamento social.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 600 mil mortes nos Estados Unidos mas o ritmo de vacinação começa a diminuir no país e Vivek Murthy acredita que esta oposição à vacina foi sendo alimentada por fakenews, avança a agência de notícias Associated Press (AP).
Murthy, que foi também o cirurgião-geral no governo do presidente Barack Obama, lembrou que os conselhos de quem ocupa o seu lugar concentram-se, geralmente, em torno de ameaças físicas à saúde, como o tabaco.
No entanto, Murthy defendeu hoje a desinformação sobre este novo vírus pode ser igualmente mortal: “A desinformação representa uma ameaça iminente e traiçoeira à saúde de nossa nação”, afirmou em declarações aos jornalistas na Casa Branca.
Tendo em conta o papel da internet na disseminação de informações incorretas, Murthy pediu às empresas de tecnologia e plataformas de media mudanças nos seus produtos e software para que consigam reduzir a disseminação de informações incorretas e, ao mesmo tempo, aumentar o acesso a fontes confiáveis e baseadas em fatos.
O Facebook, YouTube, Twitter e outras plataformas têm defendido o seu trabalho para conter a maré de desinformação. O Twitter, por exemplo, removeu mais de 40 mil publicações que violavam as regras de desinformação Covid-19, informou hoje a plataforma em resposta a Murthy.
“Concordamos com o cirurgião geral”, disse o Twitter em comunicado, acrescentando que “o combate à desinformação sobre saúde exige uma abordagem de toda a sociedade.”
As recomendações de Murthy foram além das empresas de tecnologia: Aos professores pediu que levassem para dentro das salas de aula a alfabetização mediática e o pensamento crítico.
Aos jornalistas, sugeriu que deveriam trabalhar para desmistificar de forma responsável as desinformações sobre saúde, sem inadvertidamente as divulgar ainda mais.
Quanto aos profissionais de saúde pública, acrescentou, deveriam fazer um trabalho melhor respondendo às perguntas.
LUSA/HN
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