O alerta tem lugar no mesmo dia em que a ONG Médicos Unidos da Venezuela deu conta que subiu para 706 o número de profissionais da saúde que faleceram por razões associadas à covid-19.
“Estamos em um momento de pico alto, mantido, sustentado, que não baixa. Já temos 17 semanas com um número médio de casos que oscilam entre 8.200 e 9.000 casos por semana”, disse Júlio Castro à Unión Rádio.
O infeciologista insistiu que “isso não é uma boa notícia”, que “a situação está longe de estar controlada” e que “na Venezuela, não se justifica uma liberação das normas e diminuição das prevenções”.
“Temos de ser claros, estamos num pico, o pico mais alto que o país teve em dois anos, não há forma de adoçar, estou a falar de números oficiais”, disse.
Segundo Júlio Castro “não há informação sobre a presença ou não da variante delta” na Venezuela, insistindo que as pessoas devem preparar-se para o uso máscaras e medidas preventivas “durante longo tempo”.
Por outro, a ONG Médicos Unidos de Venezuela, informou que no espaço de uma semana faleceram 14 profissionais da saúde no país, 8 deles médicos cirurgiões, 3 licencias em enfermagem, 1 médico integral comunitário e 1 licenciado em bioanálise.
“Temos informação de 14 novas mortes de pessoal da saúde com critérios da covid-19, atingindo os 706 (profissionais do setor) falecidos”, explicou a ONG na sua conta do Twitter.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em quarentena preventiva e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de outros sete dias de confinamento rigoroso.
O país contabilizou 3.377 mortes e 292.779 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.093.263 mortos em todo o mundo, entre mais de 190,3 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.215 pessoas e foram registados 932.540 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
LUSA/HN
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