Ordem dos Médicos lamenta decisão da DGS sobre vacinação de adolescentes entre os 12 e os 15 anos

2 de Agosto 2021

A Ordem dos Médicos lamentou, esta segunda-feira, que a decisão da DGS sobre a vacinação contra a Covid-19 dos jovens entre os 12 e os 15 anos crie "desigualdades" e contribua "para a entropia no processo de vacinação".

“A norma começa por limitar o acesso à vacina contra a Covid-19, nestas faixas etárias, a adolescentes com comorbilidades, justificando-se que para um eventual alargamento será necessária mais evidência científica. Contudo, a mesma norma, mais à frente, considera que, desde que haja indicação médica, qualquer adolescente poderá ter acesso à vacina. Ou seja, já não interessa a evidência científica”, refere a Ordem dos Médicos (OM) no comunicado de imprensa.

“Desta forma, apelamos a uma rápida revisão desta norma, no sentido de esclarecer a mesma e reforçar a confiança na evidência científica e na ampla experiência já existente, protegendo os mais jovens da ameaça física, psicológica e social que este vírus tem representado para a vida de todos nós”, continua a OM.

Segundo a Ordem dos Médicos, a decisão da Direção-Geral da Saúde contraria a tese de que ainda não há evidência suficiente, além de criar desigualdades entre as famílias que conseguirão ter acesso a essa mesma prescrição e as que não terão, “sobretudo numa altura em que o acesso à saúde tem estado muito condicionado e em que todos os recursos deveriam ser focados na recuperação de doentes e não em mais um procedimento burocrático”.

A Ordem dos Médicos alerta ainda que mesmo entre os profissionais de saúde a norma não foi recebida de forma clara, com alguns especialistas a saudarem a norma, mas a virem, mais tarde, criticar este acesso condicionado.

“O processo tem de ser gerido de forma universal e ágil, como é aliás essencial no combate a uma pandemia”, defende.

PR/HN/Rita Antunes

 

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