Na comemoração oficial do Dia Internacional da Memória e Tributo às Vítimas do Terrorismo, na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres liderou o evento intitulado “Sobrevivendo do Terrorismo: O Poder das Conexões” e declarou para as vítimas e sobreviventes: “Não estão sozinhos”.
“Hoje, lembramos e homenageamos os indivíduos, famílias, comunidades e sociedades que foram traumatizadas por atos de terrorismo. Este ano concentramo-nos nas conexões e a sua importância para as vítimas, especialmente no atual ambiente de pandemia”, explicou o secretário-geral da ONU.
Guterres destacou que no próximo mês serão marcados 20 anos “desde que os terroristas atacaram o Pentágono em Washington, colidiram um avião na Pensilvânia e destruíram as torres do World Trade Center aqui em Nova Iorque”.
“Cerca de 3.000 pessoas foram mortas e outras milhares ficaram feridas ou doentes com os destroços”, acrescentou o diplomata português sobre os atentados de 11 de Setembro, que geraram “horror e repulsa em todo o mundo”.
Nas últimas duas décadas, para Guterres, o terrorismo assumiu “formas anteriormente impensáveis” que “mataram e mutilaram” milhares de pessoas em todo o mundo, um flagelo reforçado pelo extremismo religioso e político violento, xenofobia e racismo.
Nesse sentido, o chefe da ONU destacou que recentemente muitas pessoas foram prejudicadas pela pandemia covid-19, com limites significativos nos encontros com entes queridos, sensação de isolamento aumentado e privação de “recursos necessários para a sua reabilitação”.
“Hoje dizemos a todas as vítimas e sobreviventes do terrorismo: vocês não estão sozinhos”, acrescentou António Guterres, reconhecendo a dor e os “benefícios do apoio, cuidado e conexão” para a saúde mental, física e bem-estar em geral das pessoas prejudicadas.
Guterres ressaltou o compromisso da ONU com as vítimas do terrorismo e declarou que os Estados devem prestar assistência especialmente àqueles que também são vítimas de violência sexual ou de género, de acordo com a Estratégia Global Contra o Terrorismo.
O secretário-geral manifestou a esperança de “aprender” como se podem “avançar esses esforços e ouvir diretamente as vítimas falarem sobre as suas necessidades e desafios no primeiro Congresso Global de Vítimas do Terrorismo”, que está a ser planeado para 2022 em Nova Iorque.
António Guterres, antigo Alto-Comissário da ONU para os Refugiados sublinhou ainda que recordar as vítimas significa também “compreender a nossa responsabilidade em evitar mais mortes”, defendendo “abordar as condições que levaram à propagação do terrorismo e apoiar os esforços para responsabilizar os terroristas pelo sofrimento que causaram”.
LUSA/HN
0 Comments