“Apesar de termos incidências mais altas agora do que tínhamos em setembro de 2020, temos uma perceção de risco mais baixa”, adiantou Carla Nunes, que falava na sessão sobre a “situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”, que juntou especialistas e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa.
Segundo disse, o barómetro social da pandemia aponta, assim, para uma perceção de risco “que vai mudando ao longo do tempo”, devido à “habituação das pessoas” à pandemia de covid-19.
A diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa salientou ainda que se verifica uma clara distinção entre a utilização da máscara em espaços exteriores e interiores.
De acordo com o barómetro, a utilização da máscara em espaços fechados mantém-se elevada, com 70% dos participantes a referir que utiliza “sempre”, enquanto, nos espaços exteriores, tem-se verificado uma tendência de descida na utilização, com 39% dos participantes a utilizar “sempre”.
Verifica-se também uma redução da utilização de máscara quando os participantes estão com grupos de dez ou mais pessoas.
Relativamente às medidas implementadas pelo Governo no combate à covid-19, cerca de 74% dos participantes considera “adequadas” ou “muito adequadas”, uma tendência inversa à verificada em igual período do ano passado.
Quanto às expectativas em relação ao futuro, 86,7% dos participantes admitem que as restrições impostas pela pandemia se mantenham até ao próximo ano ou mesmo para sempre e mais de 75% tencionam manter a utilização de máscara enquanto medida de proteção, refere ainda o barómetro.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.888 pessoas e foram contabilizados 1.059.409 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
LUSA/HN
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