Numa intervenção efetuada na reunião que voltou a juntar no Infarmed, em Lisboa, especialistas, membros do Governo e o Presidente da República para a análise da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, Henrique Barros destacou a importância dos testes no combate à pandemia, ao considerar que serviram, sobretudo, para “identificar pessoas infecciosas, não tanto para identificar infeções”.
“Temos de usar os testes não só para as pessoas, mas para fazer vigilância mais geral. Nas águas residuais, por exemplo, que são um aspeto fundamental no conhecimento da dinâmica da infeção antes de ela se tornar evidente entre nós”, explicou, sem deixar de notar que o recurso a esta ferramenta disparou “a partir de fevereiro e março com a possibilidade de acesso a testes rápidos” e vincou que “a sensibilidade anda à volta dos 80% e a especificidade é próxima de 100%”, respetivamente.
Considerando que “os testes são uma excelente solução e livram-nos de mandar para casa pessoas que não precisam de estar isoladas”, Henrique Barros elogiou os testes rápidos em relação aos testes PCR, ao observar que estes últimos “também têm falsos positivos” e que “a quantidade de falsos negativos é imensa”. Por outro lado, enalteceu a eficácia na deteção da capacidade vírica nos infetados.
“São muito poucos os dias em que somos capazes de transmitir a infeção a outra pessoa. É tão baixa essa probabilidade que é duvidoso que isso tenha um efeito real na disseminação. Mesmo em assintomáticos, quando se fazia culturas do vírus, os testes rápidos eram capazes de identificar 100% das pessoas com potencial transmissível”, referiu.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.888 pessoas e foram contabilizados 1.059.409 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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