Falando em conferência de imprensa para reagir às ameaças do Governo em levar à justiça os técnicos que deixaram de comparecer nos serviços, Mendonça disse que aqueles “radicalizam a sua posição” perante “a inércia” demonstrada na resolução das reivindicações dos profissionais de saúde.
“Os responsáveis pelas mortes nos hospitais são os governantes corruptos que o país tem. Eles é que são responsáveis por estas situações e nós temos as evidências da corrupção perpetuada pelos governantes”, afirmou o sindicalista.
Para o secretário-geral da maior central sindical guineense “é apenas uma falácia” quando o Governo afirma que as sucessivas greves nos setores sociais têm motivações políticas inconfessas.
Júlio Mendonça disse ainda que os sindicatos e os próprios técnicos, que declararam boicote laboral “por tempo indeterminado”, não temem as ameaças proferidas na terça-feira pelo porta-voz do Governo, Fernando Vaz, e que se forem chamados à justiça irão responder de forma tranquila.
“O país é nosso, a justiça é nossa e deve ser feita em nome do povo”, observou Mendonça, lembrando que a própria UNTG também intentou uma ação judicial contra o Governo, por alegada “corrupção e desordem na governação do país”.
“Esse processo está no Ministério Público, se calhar será oportunidade para se fazer justiça nesta terra. Estamos tranquilos, porque temos a consciência clara que não violamos nada. O pré-aviso da greve foi entregue a tempo, embora estejam a fingir que não receberam nada”, sublinhou Júlio Mendonça.
O secretário-geral da UNTG explicou ainda que os técnicos da saúde apenas estão a exigir a organização do setor, a dignificação dos profissionais, bem como uma melhor prestação de serviços aos utentes.
Fontes dos sindicatos de técnicos da saúde, entre médicos, enfermeiros e outros profissionais, exigem o pagamento de salários e subsídios em atraso, o seu enquadramento do chamado Estatuto do Pessoal da Saúde e melhorias de condições nos centros de atendimento de doentes com a Covid-19.
LUSA/HN
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