O chefe de Estado português chegou na sexta-feira a São Tomé e Príncipe para a cerimónia de posse do novo Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, que acontecerá este sábado de manhã.
Depois de na sexta-feira à noite, na capital, São Tomé, Marcelo Rebelo de Sousa ter condecorado o Presidente são-tomense cessante, Evaristo Carvalho, no salão nobre da chancelaria da Embaixada de Portugal neste país lusófono, hoje à tarde, pelas 15:30 (hora local, menos uma hora em Portugal continental), Marcelo visita o navio-patrulha Zaire, da Marinha Portuguesa.
O Zaire encontra-se em missão em São Tomé desde janeiro de 2018 no âmbito de um acordo bilateral, sendo esta uma missão “de longa duração”, adiantou à Lusa o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
“Esta missão é enquadrada no âmbito do apoio que Portugal tem vindo a realizar na ajuda à capacitação das Marinhas e Guardas Costeiras dos países amigos na região do Golfo da Guiné, procurando, desta forma, ajudar a reforçar a segurança marítima e a proteção dos recursos marinhos nas respetivas áreas de soberania e jurisdição dos países visitados”, acrescenta o EMGFA.
Este navio-patrulha, operado por uma guarnição mista, atualmente com 23 militares portugueses e 13 são-tomenses, visa contribuir para a formação da guarda costeira são-tomense, reforçar a vigilância e a fiscalização dos espaços marítimos neste país e a segurança na região do Golfo da Guiné.
Entre os objetivos desta missão está a criação de “condições de sustentação logística e de permanência do NRP Zaire, em São Tomé e Príncipe”, reforço da “confiança mútua e a consciencialização sobre a importância da segurança marítima”, o apoio ao desenvolvimento da legislação e da governança marítima, à edificação da capacidade operacional da guarda costeira deste país e a realização de atividades operacionais de fiscalização marítima conjunta.
Em declarações à agência Lusa, no passado dia 28 de setembro, o ministro da Defesa Nacional português, João Gomes Cravinho, adiantou que o navio Zaire “continuará em São Tomé durante a sua vida útil”, não se sabendo neste momento quantos anos serão, apontando que “as dificuldades de manutenção do navio não aconselham a que passe para as autoridades são-tomenses”.
“Enfim, seria dar-lhes um presente algo ‘envenenado’ porque a Marinha Portuguesa tem que continuar a investir com muita regularidade na manutenção do Zaire e, portanto, o que está previsto é simplesmente a continuidade do Zaire em São Tomé para o desempenho dessas duas funções de apoio à soberania e de formação”, aditou.
Gomes Cravinho disse ainda que “a missão continuará para o futuro previsível”, não havendo uma data prevista para “fechar a missão”.
“Acreditamos que [a missão] desempenha essas duas funções de forma muito útil e, portanto, estamos disponíveis para que essa formação continue”, disse.
Entre as atividades desempenhadas pelo Zaire no mar, o EMGFA destaca a realização de 30 missões de fiscalização conjunta, a participação em 10 exercícios internacionais, 18 ações de busca e salvamento marítimo, 12 ações de segurança marítima em resposta a incidentes relacionados com a pirataria e a realização de missões de apoio logístico e sanitário a diversas entidades são-tomenses.
Também em terra, foram desenvolvidas pelo Zaire várias ações junto das autoridades locais e da população em geral, destacando-se este ano, o apoio logístico-sanitário ao hospital central da capital, Hospital Dr. Ayres de Menezes, “com o transporte de garrafas de oxigénio entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, assim como a cedência de quatro das suas garrafas” e ainda o apoio na vacinação contra a covid-19 aos elementos da Embaixada Portuguesa.
LUSA/HN
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