Vacina de Pfizer é “eficaz” a prevenir hospitalizações por seis meses

5 de Outubro 2021

A vacina da Pfizer-BioNTech contra o novo coronavírus é “altamente eficaz” na prevenção de hospitalizações num prazo de pelo menos seis meses após ser tomada, avança um estudo publicado hoje pela revista científica The Lancet.

Elaborado pela empresa de saúde norte-americana Kaiser Permanente Southern California (KPSC) e pela farmacêutica Pfizer, o estudo refere que as duas doses da vacina evitam hospitalizações em 90% dos casos de infeção nas 24 semanas que se seguem à inoculação, embora a percentagem caia para 47% depois desse intervalo.

Os investigadores constataram que a queda de eficácia ao longo do tempo não significa que o vírus “iluda” a proteção oferecida pela vacina, mas avisam que a variante delta se tornou dominante durante o estudo, tendo recomendado análises para se medir a taxa de declínio dessa variante em relação às outras, esclareceram em comunicado.

Durante a investigação, os pesquisadores examinaram 3.436.957 registos eletrónicos de saúde da Kaiser Permanente Southern California (KPSC) entre 04 de dezembro de 2020 e 08 de agosto de 2021.

Nesse período, 5,4% dos indivíduos foram infetados pelo novo coronavírus e, dentro desse grupo, 6,6% foram hospitalizados, depois de um intervalo, em média, de três a quatro meses entre a tomada da primeira e a tomada da segunda dose.

A análise da sequência genómica completa e da informação viral de 8.911 testes de PCR positivos revelou que a variante delta correspondia a 28% da proporção total de sequências positivas.

A proporção de casos positivos atribuídos a essa variante cresceu dos 0,6% detetados em abril de 2021 para quase 87% em julho último, o que confirmou a predominância da delta nos Estados Unidos.

“O nosso estudo confirma que as vacinas são uma ferramenta fundamental para se controlar a pandemia e permanecem altamente eficazes para prevenir a doença grave e as hospitalizações por variante delta ou outras variantes preocupantes”, refere, no comunicado, a autora principal do estudo, Sara Tartof, da KPSC.

A especialista reconheceu ainda que a proteção perante a infeção cai nos meses posteriores à segunda dose da vacina, pelo que solicita às autoridades competentes a reivindicação de mais estudos para se determinar se é necessário o reforço da vacina em “todos os grupos de idade”.

LUSA/HN

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