Guadalupe, onde um terço da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com o INSEE, instituto nacional de estatísticas) e existe uma elevada taxa de desemprego (19%), é palco há vários dias de ações de protesto – com barricadas, pilhagens e incêndios -, depois da imposição da vacinação a prestadores de cuidados de saúde e bombeiros.
“A situação ainda é muito difícil”, admitiu hoje o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, acrescentando que “o restabelecimento da ordem pública é um pré-requisito para qualquer discussão”.
Segundo o ministro, foram feitas, desde o início da crise, “mais de 90 interpelações” da polícia e “mais de 60 detenções”, tendo sido enviados 250 polícias, incluindo 50 das forças especiais, para reforçar a segurança durante o fim de semana e instituído o recolhimento obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 locais (entre as 22:00 e as 04:00 de Lisboa).
A violência, disse o ministro dos Territórios Ultramarinos francês, tem sido usada por “pessoas que, infelizmente, já são conhecidas pela polícia ou pelos tribunais e que estão a utilizar esta crise para se expressar”.
“É fácil perceber que não se trata de uma questão de saúde ou social”, disse Sébastien Lecornu.
Na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Mácron, criticou os que usam “a saúde das mulheres e dos homens franceses para travar batalhas políticas”.
O procurador de Pointe-à-Pitre avançou, na segunda-feira, que tinham sido roubadas armas e munições da alfândega na noite de sexta-feira para sábado, mas não deu detalhes.
Entretanto, o primeiro-ministro, Jean Castex, anunciou a criação de um “fórum de diálogo” para “convencer e apoiar individualmente” os profissionais preocupados com a obrigação de vacinação, iniciativa para a qual os sindicatos que promoveram o movimento de contestação lamentaram não ter sido chamados.
De acordo com Castex, 87% dos profissionais de saúde e 43% dos bombeiros de Guadalupe já estão vacinados.
LUSA/HN
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