“Esta nova variante é uma preocupação para o mundo inteiro e para a Guiné-Bissau também. O facto de ter tido origem na África do Sul e imediatamente já estar a condicionar viagens de e para África é preocupante. Gostaríamos que com o aprendizado que temos da covid até agora isso não acontecesse”, afirmou Magda Robalo.

A responsável pelo combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus salientou que o aumento de casos em alguns países europeus também está a preocupar a Guiné-Bissau, lembrando que a última vaga ocorrida no país ocorreu há um ano com o aumento de casos em outras geografias.

“É natural que estivéssemos todos à espera que com a vacinação pudéssemos estar ao abrigo destes surtos. Não estamos. A nossa taxa de cobertura vacinal ainda não é a desejada, portanto, encaramos esta nova variante com muita preocupação e vamos ver o que as próximas semanas vão revelar – se é mais virulenta e como vai condicionar a evolução epidemiológica, e evidentemente temos de adaptar a nossa resposta em função disso”, afirmou.

Os Estados-membros da União Europeia (UE) decidiram na sexta-feira suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique, devido à identificação de uma variante do vírus da covid-19, na África do Sul, altamente mutante.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a nova variante B.1.1.529, denominada Omicron, detetada pela primeira vez na África do Sul, que a reportou à agência da Organização das Naões Unidas (ONU) na quarta-feira, deve ser classificada como “de preocupação”, uma vez que tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”.

Dados preliminares sugerem “um risco acrescido de reinfeção” com esta estirpe, por comparação com outras variantes de preocupação, adiantou a agência da ONU.

Por definição, as variantes de preocupação estão associadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos.

Na Guiné-Bissau, com cerca de dois milhões de habitantes, a pandemia já provocou 146 mortos. O país regista um total acumulado de 6.439 casos.

A covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

LUSA/HN