O surto terminou 42 dias após o último doente positivo ter testado pela primeira vez os resultados negativos e não ter aparecido nenhum novo caso positivo desde então, de acordo com a direção regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) em África.
Neste surto agora dado como terminado, foram registados 11 casos (oito confirmados e três prováveis), e seis mortes na província do Kivu Norte, na mesma área que o surto de 2018, que durou dois anos.
Através de uma declaração, a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, salientou que, durante este surto, o país aplicou “lições cruciais” aprendidas em emergências anteriores.
“Durante este surto, a RDCongo foi capaz de limitar a propagação da doença e salvar vidas. As principais lições estão a ser aprendidas e aplicadas com a experiência adquirida com cada surto”, adiantou.
Segundo a OMS, mais de 1.800 pessoas foram vacinadas numa campanha que foi lançada apenas cinco dias após o primeiro caso ter sido detetado.
O surto foi a oportunidade para, pela primeira vez, ser utilizada no país a vacina contra o Ébola “Ervebo”, recentemente aprovada.
“Uma vigilância mais forte da doença, o envolvimento da comunidade, a vacinação orientada e uma resposta rápida estão a tornar o controlo do Ébola mais eficaz na região”, acresxentou Moeti,
Esta resposta rápida incluiu medidas chave de controlo de surtos, tais como o rastreio de contactos, vigilância de doenças, bem como esforços de colaboração com a comunidade em Beni, a cidade onde o primeiro caso foi detetado.
Por seu lado, a OMS ajudou o país destacando peritos e equipamento e contribuindo com financiamento para ajudar a conter a epidemia.
No entanto, a situação de segurança imprevisível, e por vezes volátil, em partes de Beni tem dificultado a resposta em algumas localidades.
O pessoal de saúde e outros trabalhadores da linha da frente não puderam aceder a áreas não seguras para monitorizar casos de contacto de alto risco e administrar as vacinas.
A prevenção da exploração e do abuso sexual foi um pilar fundamental nesta resposta, tendo sido destacado um perito para formar o pessoal e parceiros da OMS na prevenção de comportamentos impróprios e abusivos.
Todas as pessoas que trabalham no terreno receberam formação e cada agência parceira assinou um código de conduta. Os formadores falaram diretamente aos membros das comunidades nas quais as autoridades de saúde estavam a trabalhar para aumentar a sensibilização para a exploração e abuso sexual e para a forma de o denunciar em segurança. Os anúncios na rádio e folhetos nas línguas locais também ajudaram a difundir as mensagens.
Com o surto declarado como terminado, as autoridades sanitárias estão a manter os esforços de vigilância e estão prontas a responder rapidamente a quaisquer novos surtos potenciais, referiu a OMS em África.
LUSA/HN
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