Casos raros, mas graves, de tromboembolismo venoso (coágulos sanguíneos nas veias), na sequência da vacinação com a dose única da vacina da farmacêutica Janssen, levaram os Estados Unidos a suspender temporariamente a sua administração em abril, para que os investigadores apurassem as causas.
Na altura, os reguladores de saúde dos Estados Unidos decidiram que os benefícios da vacina superaram o risco “muito raro”, desde que os utentes fossem informados das circunstancias, notícia a agência AP.
Esta semana o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano revelou que ocorreram mais casos de coágulos sanguíneos desde a primavera.
Estes casos ocorreram numa taxa de um em cada 100 mil doses administradas, e afetaram principalmente mulheres entre os 30 e os 49 anos.
Registou-se um total de 54 casos de coágulos em mulheres e homens, que causaram nove mortes, dois destes homens, salientou Isaac See, do CDC.
A mesma fonte adiantou que há ainda suspeitas sobre mais duas mortes.
O CDC é responsável por decidir como as vacinas são utilizadas nos Estados Unidos e o seu influente painel consultivo irá agora deliberar se os dados mais recentes devem originar novos limites para esta vacina.
Mais de 200 milhões de norte-americanos já se encontram com o esquema vacinal completo, sendo que cerca de 16 milhões tomou a vacina da Johnson & Johnson.
As outras duas vacinas utilizadas naquele país, Pfizer e Moderna, resultam de uma tecnologia diferente e os reguladores entendem que estas não apresentam risco de coágulo sanguíneo.
Ao contrário da primavera, quando o número de vacinas era limitado, agora existem em abundância as vacinas da Pfizer e Moderna nos Estados Unidos.
A própria doença causada pela Covid-19 pode resultar em coágulos sanguíneos potencialmente fatais, mas as suspeitas recaem sobre a resposta imunológica associada à vacina da J&J e também da AstraZeneca.
Estas duas vacinas utilizam a mesma tecnologia de adenovírus.
O CDC alertou esta semana que não deve voltar a ser administrada a vacina da Janssen a pessoas que desenvolveram coágulos sanguíneos após uma dose anterior desta vacina, ou da AstraZeneca, que não é aplicada nos Estados Unidos.
Vários países recomendaram restrições de idade para a administração destas duas vacinas, determinando que fosse dada preferência às vacinas da Pfizer e da Moderna.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.328.762 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.717 pessoas e foram contabilizados 1.211.130 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
LUSA/HN
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