Brasil volta a registar mais de 100 mil infeções num único dia

15 de Janeiro 2022

O Brasil voltou esta sexta-feira a registar mais de 100 mil casos diários de Covid-19 (112.286), o maior número desde 23 de junho passado, quando o país somou 115.228 infeções em 24 horas, segundo dados oficiais.

De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, que compila os dados das 27 unidades federativas do Brasil, o país totaliza agora 22.927.203 casos positivos desde o início da pandemia, regista oficialmente em solo brasileiro em fevereiro de 2020.

Em 18 de setembro de 2021, o país lusófono chegou a registar mais de 150 mil casos num único dia. Contudo, esse número deveu-se a uma correção feita pelo Rio de Janeiro, que incluiu de uma só vez mais de 92 mil casos não notificados desde 2020.

A média móvel de brasileiros infetados atingiu ontem a marca de 68.140, ultrapassando os sessenta mil pela primeira vez desde junho de 2021, num momento marcado pela presença da Ómicron, a nova variante do vírus.

O alto número de diagnósticos positivos de SARS-CoV-2 vem sendo registado no Brasil desde 29 de dezembro passado e completou esta sexta-feira 17 dias consecutivos de aumento, após um longo período estável e, posteriormente, de queda.

Em relação ao número de mortes, o Brasil contabilizou 251 nas últimas 24 horas, totalizando 620.796 óbitos devido ao novo coronavírus.

A manutenção ou diminuição das mortes, num momento em que se regista uma tendência de aumento das infeções, tem sido atribuída aos efeitos da vacinação, que no país atingiu cerca de 68% dos seus 213 milhões de habitantes com o esquema vacinal completo.

Além disso, a vacinação contra a Covid-19 em crianças dos 5 aos 11 anos no Brasil arrancou ontem no Estado de São Paulo, com uma cerimónia simbólica promovida pelo Governo estadual.

O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, morador no Estado de São Paulo, onde é tratado a uma doença genética, foi o primeiro menor de 11 anos a ser imunizado no Brasil.

O menino foi imunizado com a vacina pediátrica desenvolvida pela Pfizer, a única autorizada para o público infantil no país, numa cerimónia que contou com a presença do governador, João Doria.

Desde o início da pandemia, Doria tem sido um defensor da imunização em massa, incluindo crianças, e opõe-se ao discurso do atual chefe de Estado do país, Jair Bolsonaro, que deverá enfrentar na eleição presidencial em outubro próximo.

A vacinação infantil, que gerou controvérsia no Brasil devido a manifestações contrárias feitas por Bolsonaro, que chegou a declarar que não vacinará a própria filha de 11 anos, já mobilizou mais de 200 mil famílias em São Paulo, que fizeram um registo prévio no sistema da Secretaria de Saúde estadual, mas deverá começar de facto nas unidades de saúde na segunda-feira.

São Paulo planeia iniciar vacinação de crianças sem comorbidades a partir da segunda semana de fevereiro

Como no Brasil a vacinação é feita de maneira descentralizada, ou seja, o Governo central compra e envia os imunizantes aos estados que os encaminham para os municípios responsáveis pela aplicação das doses, as autoridades locais têm calendários diferentes para iniciar a vacinação das crianças com idade entre 5 e 11 anos contra a Covid-19 no país.

A Covid-19 provocou 5.519.380 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

LUSA/HN

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