“Esperámos, esperámos e esperámos e no final de contas a montanha pariu um rato”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
O presidente do CDS-PP aproveitou o discurso que fez num almoço com apoiantes no concelho do Seixal (distrito de Setúbal), para comentar o anúncio da ministra da Administração Interna de que os eleitores que se encontrem em isolamento devido à Covid-19 podem sair de casa para votar no dia 30 de janeiro numa hora específica.
E apontou que, “semanas e semanas depois de especulação e de tabu”, o que o Governo veio dizer “é que vai fazer uma resolução em Conselho de Ministros que permita aos infetados e aos confinados exercerem o seu direito de voto numa janela horária de domingo”.
“Ora, para isto não era preciso os portugueses terem esperado tanto tempo, bastava que o Governo se dignasse a reunir e a anunciar esta decisão aos portugueses, em vez de ter criado um tabu e ter empurrado o problema com a barriga, e não apresenta solução rigorosamente nenhuma que garanta a segurança e a tranquilidade no exercício do direito de voto aos portugueses em geral”, criticou.
Insistindo na solução de a eleição decorrer em dois dias – “no dia 29 para infetados e confinados, no dia 30 para a população em geral” -, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “assim ninguém ficaria impedido de exercer o seu direito de voto” e podiam fazê-lo “em liberdade e em segurança”.
“E não correríamos o risco de as eleições e o seu resultado poder estar de certa maneira viciado pelo facto de cerca de 500 mil portugueses, que se estimam que estejam confinados naquela altura, não poderem exercer o seu direito de voto”, salientou.
“Nestas circunstâncias não me restam dúvidas nenhumas, porque reina o medo, reina a insegurança, que por falta de preparação muitos portugueses não queiram correr o risco de votar no dia das eleições”, alertou.
Na ótica do líder centrista, “isto é um péssimo sinal do estado de saúde da nossa democracia, isto é uma vez mais a atrapalhação, a incompetência, a falta de planeamento a que o Governo socialista já nos habituou”.
Assinalando que “estas são as terceiras eleições que ocorrem no nosso país debaixo de uma pandemia”, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que “o que se esperava de um Governo responsável é que não andasse constantemente a correr atrás do prejuízo”.
LUSA/HN
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