“O bom senso é uma coisa que tem andado desde o início um bocadinho alheado e também desde o início que temos visto que há muito barulho de fundo político à volta desta pandemia”, disse à agência Lusa o investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IMHT).
Celso Cunha salientou que há recomendações da Direção-Geral da (Saúde) que estão a ser observada na campanha eleitoral “de modo diferente, por diferentes partidos, em diferentes circunstâncias”.
Muitas vezes estão a ser infringidas recomendações da Direção Geral da Saúde “sem haver nenhum reparo”, observou, advertido que os ajuntamentos, sobretudo, em espaços fechados e nas arruadas, sem manter a distância necessária, “são acontecimentos suscetíveis de promover um grande número de contágios e de aumentar a propagação do vírus”.
O investigador concorda que estas situações passam mensagens contraditórias à população.
“As pessoas pensam ‘durante a campanha posso andar assim, mas depois no dia a dia não podemos’ e eu percebo isso”, disse.
“Daí que talvez fosse bom que todos [os partidos] tivessem tido bom senso. Há uns que têm mais, outros que têm menos, mas aquilo a que temos assistido não é muito pedagógico”, lamentou.
Nas declarações à agência Lusa, Celso Cunha destacou ainda a importância da vacinação, apelando aos pais para vacinarem os filhos, não havendo contraindicação médica.
“Há muitos surtos nas escolas, o que tem implicações. Há turmas que estão isoladas, há professores e alunos que sem querer vão contagiar pessoas mais velhas” que são mais vulneráveis ao vírus SARS-CoV-2.
O investigador elucidou que, provavelmente, muitas das pessoas que morreram com esta 5.ª vaga de Covid-19 não teriam morrido se estivessem vacinadas contra a Covid-19.
LUSA/HN
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