De manhã, as mesas de voto abriram, sem problemas, às 08:00 e apenas há registo de uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE): a AD/Açores queixou-se que a mesa de voto na ilha do Corvo estava virada para os membros da mesa, o que podia impedir o voto secreto.
Segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), até às 12:00 votaram 23,27% dos eleitores, uma percentagem superior à das últimas legislativas, em 2019, antes da pandemia, quando a afluência média às urnas à mesma hora se estimava em 18,83% dos eleitores, ou seja, a cerca de dois milhões de votantes.
Os líderes dos partidos foram votar, uns a norte outros mais a sul. E mesmo o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, que fez voto antecipado, há uma semana, no Porto, foi acompanhar a mulher a votar, numa escola de Lisboa, e falou aos jornalistas.
A norte, em Celorico de Basto, Braga, o Presidente da República, disse que “ter medo do voto dos portugueses” é “ter medo da democracia”.
“Ninguém tem que ter medo do voto dos portugueses, porque isso é ter medo da democracia. Uma coisa é a nossa opinião e o nosso voto, outra coisa é admitir a diversidade e o voto de todos os portugueses”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de ter votado em Molares, Celorico de Basto, no distrito de Braga.
Para o Presidente, “o voto dos portugueses é o que for” e “é em função desse voto que realmente se vai determinar um futuro, que é muito importante para sair da pandemia”.
O primeiro líder partidário a votar foi o presidente da Iniciativa Liberal, em Lisboa. João Cotrim de Figueiredo reforçou o apelo ao voto nas eleições legislativas de hoje, antevendo altos níveis de abstenção e lamentando a falta de condições “administrativas e de organização”.
Quase à mesma hora, no Porto, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que apelou aos portugueses para que se desloquem às urnas e exerçam o seu direito de voto, dizendo que em democracia “ninguém está dispensado”.
Em Lisboa, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, disse estar “confiante, otimista” quanto ao resultado das eleições legislativas, e apelou aos portugueses para que combatam a abstenção para não permitirem que “outros escolham por si”.
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, também fez o apelo à mobilização para o voto nas eleições, assegurando que “é seguro” e que “estão criadas todas as condições” para se poder votar, apesar da situação pandémica.
Também em Lisboa, a porta-voz do PAN juntou-se no apelo ao voto de todos os eleitores para combater “o fantasma da abstenção” e contribuir para decidir o futuro do país, sublinhando também que votar é seguro.
No Porto, o líder do PSD afirmou estar preocupado com a abstenção, que fez “tudo o que tinha a fazer”, e agora resta aguardar pelos resultados, e confessou que tem uma garrafa de champanhe preparada, mas que acha que “os outros também”.
Em Lisboa, o líder socialista António Costa apelou para que todos participem na “festa da democracia”, defendendo que existem condições de segurança para votar, e admitiu não ter opinião formada sobre o eventual fim do dia de reflexão.
André Ventura, presidente do Chega, foi o último a votar, em Lisboa, apelou ao voto e disse estar confiante de que a abstenção será menor, afirmando que os portugueses perceberam “a importância destas eleições” e apelando para que se desloquem às urnas.
Nas eleições antecipadas de hoje podem votar 10.820.337 eleitores – mais 9.808 do que nas anteriores legislativas, em 2019 – para eleger os 230 deputados à Assembleia da República.
LUSA/HN
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